Sempre o Gabarito nem sempre dá certo

“Pra Olímpiada”: O prometido autódromo novo jamais será feito – Foto: Yasuyoshi Chiba / AFP

E o gabarito desmoronou. As benesses excessivas ao mercado imobiliário provam-se perniciosas ou ineficientes. Boas para poucos, prejudiciais a muitos e à Cidade. Perdemos o Autódromo. O prometido autódromo novo jamais será feito. Saímos do circuito internacional.

Ganhamos vários elefantes brancos. Como esquecer a Ilha (im)Pura? A demolição do prédio da antiga Brahma, substituído por uma torre vazia? O fiasco das CEPACs e os rios de dinheiro público que passaram pelo Porto dito maravilha, anunciado como parceria público-privada e arrematado pela Caixa Econômica Federal?

As gigantescas isenções de impostos, dinheiro que seria de todo caso aplicado na Cidade, equipamentos urbanos públicos – escolas, postos de saúde, transportes? A falsa Linha 4 do Metrô, e o aproveitamento duvidoso de uma licitação antiga? O Campo de Golfe na reserva que impediu a conclusão de importante avenida na Barra da Tijuca? Os hotéis para ninguém, espetados por todo lado e em desarmonia com o perfil construído dos bairros?

Agora, mais dívidas, recursos públicos que jamais retornarão.

Quisera este blog não ser tão certeiro.

Urbe CaRioca

Dívida bilionária impede repasse do Parque Olímpico ao Rock in Rio

Prefeitura pretende fazer intermediação, mas Caixa Econômica Federal é resistente

Por Athos Moura – O Globo

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A Prefeitura do Rio de Janeiro está tentando dar uma destinação ao Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. O projeto mais avançado é o de passar o espaço para o grupo Rock in Rio, mas ele ainda precisa do aval da Caixa Econômica Federal. O banco, entretanto, segue resistente à ideia porque teria que perdoar uma dívida bilionária — mesmo que parcialmente.

A prefeitura pretende transferir a propriedade do local para o grupo Rock in Rio, que construiria no local hotéis e restaurantes, transformando a região em um local de entretenimento. Há um outro projeto que sugere construir condomínios de apartamentos, mas ele não é considerado viável pela dificuldade de se abrir vias onde hoje fica o parque.

O imbróglio se mantém porque o local, construído através de uma parceria público privada (PPP), tem uma dívida de aproximadamente R$ 2,5 bilhões com o banco. A prefeitura cedeu o terreno e o consórcio Rio Mais (formado por Odebrecht, Carvalho Hosken e Andrade Gutierrez) construiria as instalações com o direito de se aproveitar comercialmente do local depois. Para a construção do Parque Olímpico, o Rio Mais adquiriu um financiamento de aproximadamente R$ 1,4 bilhão, que deveria começar a ter sido pago em 2020.

Para assumir esse compromisso, o grupo Rock in Rio receberá da prefeitura a transferência do potencial construtivo do parque. E com isso, poderá fazer construções em outros lugares da cidade e fazer caixa. Para esse processo todo dar certo a Caixa teria que perdoar a dívida, ainda que parcialmente.

Esse processo não é novo. Durante o governo Jair Bolsonaro, seu filho mais velho, Flávio, chegou a ir pessoalmente à Caixa pedir que o trâmite fosse realizado, mas por lá, assim como hoje, ninguém estava disposto a assinar esse perdão bilionário.

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