A saga “Sempre o Gabarito” continua. O anúncio de lançamento do prédio que será construído na Rua Prudente de Morais nº 1050, em Ipanema, na Zona Sul da Cidade – mencionado no post “Sempre o Gabarito, 2024” -, informa que serão 41 unidades, um apartamento por andar. Caso preveja andares de garagem, cobertura e pavimento de uso comum, o prédio equivalerá ao tamanho do complexo formado por torre e shopping Rio Sul.
A título de comparação e para melhor ilustrarmos a questão, seguem as dimensões verticais dos prédios mais altos da cidade, não considerada a Baixada de Jacarepaguá, que contou com desenho urbano e gabaritos de altura com outro padrão:
- Torre do Rio Design Leblon, 30 andares+ três andares de lojas e um pavimento de uso comum. Total : 34 pavimentos.
- Torre do Rio Sul, 40 andares + 4 andares de lojas. Total: no mínimo 44 pavimentos. (48, segundo um site não oficial).
À torre juntam-se as outras três mencionadas na publicação do blog Lu Lacerda (Prudente de Moraes, 281, Prudente de Moraes, 331, e Visconde de Pirajá, 141), objeto de um abaixo-assinado pela sua não construção, conforme postagem anterior.
A nosso ver, o argumento usado – criar zonas de sombra na praia – é insuficiente diante da desfaçatez de tal conjunto. Haverá mais sombra nas ruas, sobre os prédios vizinhos, interferência na paisagem urbana consolidada (o que as leis dos finados Projetos de Estruturação Urbana – PEU tentaram evitar). O caminho para novas barbaridades urbano-cariocas mais uma vez foi aberto.
É importante desvendar os meandros das leis que levaram a tais excrescências. Plano Diretor? Mais-Valia? Mais-Valerá? Transformação de andares de garagem em andares residenciais? A média do que existe no quarteirão, puxada literalmente para o alto em função dos hotéis da década de 1970? Ou o conjunto da obra de Paes + Crivella + Câmara de Vereadores?
Em breve publicaremos as partes 4, 5, 6. É provável que se referiram a mais torres a serem construídas nos bairros Glória, Laranjeiras, Botafogo, Copacabana, Jardim Botânico, Lagoa, Leblon e Gávea. O filé-mignon do Rio de Janeiro aos olhos do mercado imobiliário.
Urbe CaRioca