Natal – É época de mudanças nas leis urbanísticas do Rio

CrôniCaRioca Vários leitores têm estranhado o silêncio deste espaço urbano-carioca em relação às últimas leis urbanísticas propostas para o Rio de Janeiro, em especial quanto a mais um Plano Diretor para a cidade, recentemente aprovado pela Câmara de Vereadores. De fato, tais leis têm sido analisadas e comentadas durante quase doze anos desde a criação do Urbe CaRioca. Cabe lembrar que estudamos e comentamos a proposta anterior do novo Plano que seria aprovada em 2011 artigo por artigo. Um trabalho exaustivo feito por vontade própria e graciosamente, tão somente pelo desejo de colaborar com o melhor para o desenvolvimento urbano da cidade. Na ocasião detectamos inúmeros aspectos questionáveis. Alguns seriam descartados como, por exemplo, a possibilidade de construir nas encostas acima da curva de nível +60,00, após pressão por parte da sociedade e divulgação pela imprensa. O entendimento geral mostrou(Leia mais)

Biblioteca Integrada: novo espaço para o conhecimento na Cidade Universitária da UFRJ

A recente inauguração da biblioteca especializada em artes, urbanismo e arquitetura na Cidade Universitária marca um marco significativo, sendo a mais ampla da América Latina, abrigando-se no segundo andar do Edifício Jorge Machado Moreira. Com mais de 90 mil itens, o acervo atenderá às necessidades da Escola de Belas Artes, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional. Projetada pelo arquiteto homônimo do edifício em 1954, o espaço, após décadas fechado ao público, foi revitalizado com recursos da Faperj e uma emenda parlamentar, tornando-se uma valiosa fonte de conhecimento. Equipada com infraestrutura para produção de mídia digital e internet de alta velocidade, a biblioteca visa atender às demandas contemporâneas de conectividade. A previsão é que a biblioteca esteja totalmente operacional no início de 2024, proporcionando um ambiente propício para estudo e pesquisa(Leia mais)

Definições dos vereadores na revisão do Plano Diretor

A Câmara Municipal do Rio aprovou, após uma longa sessão, a revisão do Plano  Diretor com um placar final de 37 votos a favor e 10 contrários. A proposta foi aprovada em segunda discussão, com 1.236 emendas apresentadas pelos parlamentares, cerca de 400 delas acolhidas. A redação final com tais emendas será elaborada e encaminhada para sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes. Conforme alerta feito pela professora e jurista Sonia Rabello, a lei que poderá mudar a cara da Cidade nas próximas décadas periga ser a pior que o Rio já teve. “Optou-se por mudar radicalmente a metodologia do planejamento urbano da Cidade, eliminando todos os detalhamentos dos planejamentos feitos ao longo de décadas para alguns bairros. A população da Cidade do Rio não tem a menor ideia do pacote com mais de mil emendas (!) propostas pelos vereadores,(Leia mais)

Controlando o passado e o futuro, de Eduardo Affonso

No artigo reproduzido a seguir, publicado originalmente no jornal O Globo, o arquiteto e cronista Eduardo Affonso trata da lei aprovada pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro que proíbe “manter ou instalar monumentos, estátuas, placas e quaisquer homenagens que façam menções positivas e/ou elogiosas a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham perpetrado atos lesivos aos direitos humanos, aos valores democráticos, ao respeito à liberdade religiosa e que tenham praticado atos de natureza racista”. O autor relembra que o projeto recém aprovado é similar ao que tramita na Câmara dos Deputados e pretende impor a mesma medida em todo o país — substituindo os proscritos por “personagens históricos negros ou indígenas, escolhidos democraticamente e conforme a pluralidade, a heterogeneidade, a representatividade e a paridade de gênero”. “Já pensou se os antitabagistas conseguirem retirar as estátuas de fumantes? Se os veganos quiserem(Leia mais)

Sobre pretensas remoções e proibições de estátuas

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro promulgou no último dia 28 de novembro,  uma lei que proíbe a Prefeitura a manter ou instalar monumentos em homenagem a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham violado os direitos humanos. A lei prevê que as estátuas já instaladas devem ser transferidas para um espaço público, aberto ou fechado, “acompanhadas de informações que contextualizem e informem sobre a obra e seu personagem”. O projeto de lei foi aprovado em outubro. O prefeito Eduardo Paes não sancionou e nem vetou o texto enviado pela Câmara, sendo a lei promulgada pelo presidente da Casa, Carlo Caiado (PSD) após expirar o prazo de 15 dias úteis para decisão do chefe do Executivo municipal. Entendemos que ao invés de tentar apagar o passado nossos governantes deveriam se preocupar em melhorar o nosso futuro. O mundo era outro,(Leia mais)

Flamengo e Caixa avançam em negociações : A Cidade precisa de mais um estádio?

Publicado no O Globo desta semana, matéria destacando que o Flamengo e a Caixa Econômica Federal estão em fase de negociações para a construção de um estádio na região do Gasômetro, na Zona Portuária do Rio. O clube expressou interesse em adquirir o terreno avaliado em R$ 250 milhões. Ainda não há um projeto definido para o estádio e outras fontes de receitas, como um shopping, um prédio comercial e edifício garagem. Embora linhas de crédito não tenham sido discutidas, ficou acertado que haverá uma próxima reunião para dar continuidade às negociações, com a sugestão de apresentar um termo de compromisso sobre as intenções do clube. O terreno e o potencial de construção pertencem ao FGTS, administrado pela Caixa. Diantes das articulações entre  clube e a Caixa, vale questionar se de fato,  a Cidade precisa de mais um estádio, na(Leia mais)

Novo Plano Diretor do Rio: pode ser a pá de cal na Cidade?, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello destaca que está prestes a ser votada, na Câmara de Vereadores do Rio, a lei que poderá mudar a cara da Cidade nas próximas décadas: o seu novo Plano Diretor. “Periga ser o pior que já tivemos. Optou-se por mudar radicalmente a metodologia do planejamento urbano da Cidade, eliminando todos os detalhamentos dos planejamentos feitos ao longo de décadas para alguns bairros. A população da Cidade do Rio não tem a menor ideia do pacote com mais de mil emendas (!) propostas pelos vereadores, e mais as enviadas pelo Executivo após a primeira votação”, afirma. Urbe CaRioca Novo Plano Diretor do Rio: pode ser a pá de cal na cidade? Sonia Rabello Está prestes a ser votada, na Câmara de Vereadores do(Leia mais)

Antigo Hotel Avenida : o fim de um período cultural rico e vibrante

Fonte: Arquivo Nacional da Cidade do Rio de Janeiro O dia 24 de novembro foi a data da última celebração feita no Hotel Avenida, marco arquitetônico e cultural do Rio de Janeiro, que teve sua demolição iniciada em 4 de novembro de 1957 para dar lugar ao Edifício Avenida Central. Este evento marca o período de rápida urbanização da cidade, marcando também o fim de uma era para os habitantes do Rio. O Hotel Avenida foi inaugurado em 1905, na recém construída Avenida Central (atual Rio Branco), sendo não apenas um estabelecimento de hospedagem, mas um importante ponto de encontro cultural. Sua localização privilegiada, ao lado da estação de bondes, o tornava um centro de gravidade para os eventos sociais e culturais do Rio, como o carnaval. O hotel se destacava não só por sua arquitetura imponente, mas também por(Leia mais)

Sobre o Plano Diretor que para nada serve

A quem interessar, segue o link para a quatrocentas páginas do futuro novo Plano Diretor para a Cidade do Rio de Janeiro. Aos que estranharem o título desta postagem, esclarecemos que os PDs em terras cariocas, tal como as leis brasileiras no tempo da Escravidão, são papel “Pra Inglês Ver”. Estabelece maravilhas para a salvação da Cidade enquanto os gestores públicos caminham na direção oposta, sancionando leis perniciosas específicas para determinadas regiões, bairros, setores do mercado imobiliário e até para clubes de futebol, sem nos esquecermos das praças, jardins públicos e orla marítima: ou ao Deus Dará , ou a quem der mais. Urbe CaRioca

Ao clube do coração, tudo, de Roberto Anderson

Publicado originalmente no Diário do Rio, artigo do arquiteto Roberto Anderson, no qual destaca que, salvo algumas intervenções no espaço público exterior, a maior parte dos recursos auferidos pela Operação Urbano Consorciada Vasco da Gama (Projeto de Lei Complementar nº 142/2023) serão usados para a ampliação do estádio do clube, uma entidade privada, e na melhoria do seu parque aquático. “Vale lembrar que, atualmente, o Vasco da Gama é controlado pela 777 Partners, um grupo norte-americano”, afirma. Conforme destacou a professora e jurista Sonia Rabello em suas redes sociais, o artigo mostra como a manipulação dos instrumentos do Estatuto da Cidade vem sendo usada para piorar e deteriorar o planejamento urbano da Cidade do Rio. “O Rio é o símbolo do atraso em matéria de planejamento urbano. Uma das poucas capitais do Brasil que não tem a outorga onerosa do(Leia mais)

Projeto de lei pode retirar estátuas com ligações a escravocratas e violações de direitos humanos

Qual a opinião do leitor? Publicado originalmente no G1 O texto ainda passará pelo prefeito Eduardo Paes para ser sancionado ou vetado. A Câmara de Vereadores do Rio aprovou o projeto de lei que proíbe manter ou instalar monumentos, estátuas, placas e quaisquer homenagens que façam menções positivas ou elogiosas a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham cometido atos lesivos aos direitos humanos, aos valores democráticos, ao respeito à liberdade religiosa e que tenham praticado atos de natureza racista. No parágrafo único, o projeto de lei também determina que as homenagens já instaladas deverão ser transferidas para ambiente de perfil museológico, fechado ou a céu aberto, e deverão estar acompanhadas de informações que contextualizem e informem sobre a obra e seu personagem. Agora , para entrar em vigor a lei precisa ser sancionada pelo prefeito Eduardo Paes – assim que(Leia mais)

Sobre o artigo de Nelson Motta – De volta ao futuro: 1975

O artigo de Nelson Motta, publicado recentemente no Jornal O Globo, traça um panorama sobre a derrocada da Cidade do Rio de Janeiro – e do Estado de mesmo nome – devido a decisões políticas equivocadas. Permito-me recuar ainda mais no tempo. A transferência da capital federal para Brasília, em 1960, foi base para as transformações, inclusive para o esvaziamento do Centro da cidade, movimento  nas ruas, atividades culturais em profusão após o expediente de trabalho. É quando o Rio começa a perder importância. Em paralelo, os códigos de obras vigentes incentivaram o comércio mais forte e a construção de prédios altos com atividades diversas exercidas em escritórios, inclusive consultórios médicos, nas ruas denominadas “Centro de Bairro”, atividades naturalmente necessárias para dar suporte aos moradores locais, mas que, uma vez de maior porte, convidavam ao deslocamento para fora do coração(Leia mais)