E a reação de moradores da região.
Na última sexta-feira, 12/05, publicamos CLUBE FLAMENGO – AGORA É UM ESTÁDIO. ACÚSTICO., quando foi assinado protocolo de intenções entre o Clube e a Prefeitura com vistas à construção de um estádio de futebol, no mesmo terreno onde hoje ficam o campo, uma arquibancada de concreto, e a sede social do clube, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.
O assunto frequentava estas páginas virtuais desde março/2015. O rubro-negro anunciara a intenção de construir uma arena multiuso com capacidade para 4.000 pessoas, seguida pela hipótese de um estádio de médio porte (v. lista no final do artigo), desejo antigo daquele e de vários outros clubes de futebol (v. FLAMENGO, FLUMINENSE, BOTAFOGO… TODO CLUBE QUER ESTÁDIO!).
A questão levantada em abril/2016 em CLUBE FLAMENGO – AFINAL, ARENA OU ESTÁDIO?fora praticamente esclarecida quando reportagem na grande imprensa divulgou “Flamengo intensifica estudos sobre locais para construção de estádio – Projetos que vão da Gávea ao Parque Olímpico. O clube enfrenta resistências” (OG, 31/03/2017).
Segundo a notícia, além de erguer um estádio próprio depender “de boa vontade política”, havia “cinco opções na mesa da diretoria” para análise enquanto o clube usa a Arena da Ilha (alugada): Maracanã, Niterói, Gávea, Parque Olímpico, e Barra de Guaratiba. E mais: “A direção dá prioridade hoje ao projeto da Gávea, sede do Flamengo, mas enfrenta resistência da associação de moradores do bairro, apesar das novas estações de metrô”.
Não repercutimos a notícia aqui, aguardando novas definições. Quanto à Gávea, vale lembrar que a arena havia sido aprovada pelo prefeito anterior no final de sua gestão.
Voltando ao referido protocolo de intenções para a construção de um estádio, já explicamos que o terreno “da Gávea”, fica no bairro do Leblon, confluência com os bairros da Lagoa e Gávea (o campo existente é provavelmente conhecido como ‘campo da Gávea’ porque o local ficava na Freguesia da Gávea, conforme antiga divisão administrativa da cidade).
Sobre ser Arena ou Estádio, um atento leitor deste Urbe CaRioca nos informou que o Flamengo pretende construir os dois equipamentos – um Estádio Acústico, de futebol, para 25.000 pessoas e a Arena Multiuso com capacidade para 3.800 espectadores, ambos no terreno “da Gávea”: o primeiro onde ficaria o campo atual, e o segundo no trecho com frente para a Av. Borges de Madeiros, voltado para a Lagoa Rodrigo de Freitas.
A notícia gerou muitos comentários nas redes sociais, a grande maioria dos moradores da região manifestou-se contrariamente ao projeto, como já havia acontecido quando anunciada a construção da arena. Torcedores do clube manifestaram-se favoravelmente à pretensão, conforme esperado.
Cabe voltar à pergunta do título: Por que na Gávea/Leblon/Lagoa? Justamente onde existe um nó de trânsito?
A cidade dispõe de inúmeros equipamentos esportivos, concentrados na Zona Sul e na Zona Oeste, inclusive os do hoje abandonado Parque Olímpico, salvo o Maracanã e o Engenhão, este construído na Zona Norte para os Jogos Pan-americanos 2007, trazendo alguma descentralização.
A antiga Freguesia da Gávea era área pouco densa, distante do Centro da Cidade, ocupada por fábricas e muitas favelas quando o clube recebeu a cessão da área, em 1931. A cidade mudou, e, no século XX cresceu para a Zona Sul, em um segundo movimento após o desenvolvimento do eixo Centro-Zona Norte, como a história do Rio ensina.
Os dirigentes do clube entendem que erguer um estádio próprio depende de boa vontade política. Entendemos que equipamentos urbanos de tal porte e influência extrapolam a vizinhança e até a cidade. Antes da “boa vontade”, os gestores públicos precisam avaliar as consequências da decisão do ponto de vista urbanístico, e indicar o lugar que melhor atenda à urbe e à população, aproveitando a oportunidade para qualificar regiões desprovidas, e não saturando ainda mais aquelas bem servidas. Ou seja, praticando a boa Política Urbana.
Repetindo outro atento leitor: “Na Zona Norte será bem-vindo!”.
NOTA: Pedimos ao Prefeito que analise o assunto mais uma vez, e sugerimos a leitura do artigo abaixo, cuja autoria é da professora e jurista Sonia Rabello.