Revitalizar e pavimentar, de Roberto Anderson

Neste artigo publicado originalmente no Diário do Rio, o arquiteto Roberto Anderson destaca o uso sucessivo da expressão “revitalizar pela Prefeitura do Rio, incluindo em tais citações e exemplos a orla da Lagoa, o bairro da Glória, e outros tantos recantos da cidade. Porém, destaca que um item comum a essas intervenções é a pavimentação de áreas antes permeáveis. “A arquitetura e o urbanismo dos anos 90 foram pródigos em utilizar verbos iniciados pelo prefixo “re´. Reurbanizar, reabilitar, restaurar, revitalizar, requalificar, recuperar, eram expressões usadas nos mais variados contextos, muitas vezes de forma confusa ou abusiva”, afirma. Urbe CaRioca Revitalizar e pavimentar Link original Roberto Anderson é professor da PUC-Rio, tendo também ministrado aulas na UFRJ e na Universidade Santa Úrsula. Formou-se em arquitetura e urbanismo pela UFRJ, onde também se doutorou em urbanismo. Trabalhou no setor público boa parte(Leia mais)

Mais uma construção na beira da Lagoa

Com a proposta de oferecer uma experiência gastronômica diferenciada aliada à apreciação do visual paradisíaco da Cidade do Rio de Janeiro nas alturas, o projeto “MasterChef Brasil Nas Nuvens”, dos dias 2 de janeiro a 17 de abril de 2022, terá no Parque do Cantagalo, na Lagoa, um restaurante que ficará suspenso a 50 metros de altura. A questão que deve ser levantada é se esse será mais um equipamento provisório de fato, conforme citado na matéria abaixo, ou se teremos mais um “trambolho” permanente, a exemplo dos acréscimos realizados no complexo do Lagoon e de alguns outros já alvos de publicações neste blog (Veja ao final desta matéria), que nunca foram desmontados. Note-se que a previsão de permanência da construção é de quatro meses. Considerando o tempo de montagem – e o de desmontagem, se houver – serão quase(Leia mais)

Lagoon, na Lagoa, outra vez destino incerto

A Justiça do Rio decidiu pela reintegração de posse do espaço Lagoon, na Lagoa Rodrigo de Freitas, na Zona Sul do Rio, conforme noticiado na coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo. Em janeiro de 2020, o governo notificou a concessionária de que não havia interesse na renovação do termo de permissão de uso do imóvel na Avenida Borges de Medeiros. Em agosto deste ano, a Justiça negou o pedido de recurso da empresa para impedir a reintegração do espaço Lagoon. Segundo a decisão, a concessionária responsável pela gestão do local não conseguiu explorar com êxito o espaço, o que provocou prejuízo econômico. A Justiça determinou um prazo de 90 dias para que a empresa desocupe o imóvel, cedido pela Prefeitura do Rio para a exploração de espaço gastronômico e cultural na cidade.

Clube Flamengo – Afinal, quer ambos: Arena e Estádio

Notícias veiculadas pela grande mídia nos últimos anos mostram que o Clube  Flamengo quer construir um equipamento esportivo no terreno a ele cedido pelo Governo do Estado nos anos 1930. Os informes se alternam: ora o clube pretende erguer uma Arena de Basquete, ora um Estádio de Futebol. A capacidade também varia conforme a época da divulgação. Até o local escolhido já foi itinerante – Zona Sul, Zona Oeste e Zona Norte -agora aparentemente fixado no que é apelidado Campo da Gávea, embora o terreno fique na confluência dos bairros Leblon, Lagoa e Gávea (provável resquício de quando a cidade era dividida administrativamente em ‘Freguesias’, como as da Glória, Gávea e Lagoa, por exemplo). Há poucos dias divulgamos que o governador havia aberto o caminho para dar viabilidade aos desejos do clube – no caso, uma arena multiuso com capacidade(Leia mais)

Clube Flamengo – o trambolho perene e uma obrazinha de manutenção

Parece brincadeira. Uma das “contrapartidas” por liberar a construção de uma arena esportiva (ou estádio?) na confluência dos bairros Leblon, Lagoa e Gávea, é o clube assumir o conserto de elevadores nos edifícios da Cruzada São Sebastião, e obras de urbanização no mesmo conjunto habitacional, seja lá o que isto signifique. Um acordo totalmente sem sentido, que nada justifica. Basta lembrar que na ocasião da construção do Shopping Leblon o empreendedor ficou responsável pela pintura dos edifícios, obra literalmente “de fachada” que foi executada – de má qualidade, por sinal – resultado de gosto duvidoso que o tempo e as intempéries apagaram rapidamente, voltando o conjunto a ter o aspecto deplorável de sempre. Vale repetir sempre que a Zona Norte implora por investimentos e equipamentos urbanos que qualifiquem bairros e promovam desenvolvimento econômico. Os antolhos dos gestores públicos impedem a(Leia mais)

Clube Flamengo: mais um erro urbano-carioca a caminho

O jornal “O Globo” noticiou nesta quinta-feira, dia 12 de abril, que o caminho para a construção de uma arena (e/ou estádio?) no terreno cedido ao Clube Flamengo, foi aberto. É o que informa a reportagem “Pezão assina termo e regulariza terreno para arena multiuso do Flamengo”. Os argumentos apresentados pelos representantes do governo e do clube são tão inconsistentes que dispensam outros comentários. Cabe lembrar que o terreno localiza-se na confluência dos bairros Leblon, Gávea e Lagoa, junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, e que a construção causará, no mínimo, forte impacto negativo sobre a paisagem urbana. Enquanto o Rio de Janeiro destrói o Autódromo de Jacarepaguá (e quer construir outro em uma das únicas áreas livres e verdes da Zona Norte, em Deodoro); o Governo Estadual vende imóveis de sua propriedade para a construção de mais edifícios  em locais(Leia mais)

DE TRABALHADORES NÃO PAGOS A ARENAS INÚTEIS, LEGADO OLÍMPICO DO RIO DE JANEIRO TORNA-SE HERANÇA A LAMENTAR, de Scott Stinson

O título acima é tradução livre do artigo publicado no site National Post – www.nationalpost.com – no último dia 24. Em relato detalhado o autor faz várias indagações, desde sobre o paradeiro das sementes levadas por atletas durante a lindíssima abertura dos Jogos Olímpicos – que seriam destinadas à formação de um parque no pólo de Deodoro – até o prometido tratamento de esgotos que nunca chegou, sendo substituído por uma solução barata: barreiras destinadas a afastar os dejetos dos locais de competições, uma solução temporária. Dívidas, falta de recursos para transformar arenas em escolas conforme plenejado, Parque Olímpico e Parque de Deodoro abandonados, um campo de golfe sem manutenção e praticamente sem uso… O quadro apresentado é desolador, infelizmente. Como já comentamos em vários posts, até aqui se pode afirmar que os principais pontos positivos apresentados como consequência dos(Leia mais)

CLUBE FLAMENGO – POR QUE NA GÁVEA/LEBLON/LAGOA?

E a reação de moradores da região. Na última sexta-feira, 12/05, publicamos CLUBE FLAMENGO – AGORA É UM ESTÁDIO. ACÚSTICO., quando foi assinado protocolo de intenções entre o Clube e a Prefeitura com vistas à construção de um estádio de futebol, no mesmo terreno onde hoje ficam o campo, uma arquibancada de concreto, e a sede social do clube, no Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro.  O assunto frequentava estas páginas virtuais desde março/2015. O rubro-negro anunciara a intenção de construir uma arena multiuso com capacidade para 4.000 pessoas, seguida pela hipótese de um estádio de médio porte (v. lista no final do artigo), desejo antigo daquele e de vários outros clubes de futebol (v. FLAMENGO, FLUMINENSE, BOTAFOGO… TODO CLUBE QUER ESTÁDIO!). A questão levantada em abril/2016 em CLUBE FLAMENGO – AFINAL, ARENA OU ESTÁDIO?fora praticamente esclarecida quando reportagem na(Leia mais)

PEDIDO AO PREFEITO ELEITO: 2 – ARENA DO FLAMENGO, TARDE DEMAIS / CAMPO DE GOLFE, AINDA HÁ TEMPO

“Após ELEIÇÕES MUNICIPAIS: SEM PEDIDOS AOS CANDIDATOS (30/09/2016), publicamos hoje um pedido ao prefeito eleito. Esperamos que seja o primeiro de uma série. O blog aceita sugestões dos seus caros leitores, com vistas a novas postagens. Daqui a um mês um novo prefeito do Rio de Janeiro estará à frente do Poder Executivo, um dia após tomar posse no cargo para o qual foi eleito. Não obstante seu futuro antecessor tenha realizado alguns projetos interessantes – com destaque para a demolição do Elevado da Perimetral e a reurbanização da orla marítima no Centro da cidade, do ponto de vista urbanístico houve equívocos.” (…) Trecho de PEDIDO AO PREFEITO ELEITO: 1 – RESPEITO ÀS ÁREAS PÚBLICAS Clube Flamengo:trambolhos e privilégios também à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas.Foto: Urbe CaRioca, dez.2016 Entre assuntos polêmicos recorrentes no Urbe CaRioca, para a lista de “pedidos”(Leia mais)

O FANTASMA DO VELÓDROMO E OS LEGADOS OLÍMPICOS

Os tão anunciados legados, bons legados se provarão no futuro.   Por enquanto, na visão deste blog, legado, de fato, foram demolição do Elevado da Perimetral e a reconquista da orla antes empachada pelo monstrengo (observação: aqui não se entra no mérito de prioridades, discricionariedade, gastos, e questões técnicas sobre transportes, trânsito e mobilidade urbana). Com esses legados ganhamos um questionável projeto de urbanização na ‘retroárea’ do Porto do Rio baseado em leis que permitem torres de até 50 andares, não previram moradia, concederam isenções tributárias. Posteriormente, permitiu-se a construção de quitinetes sob a falsa premissa de incentivar a produção de habitação popular. Era necessário receber uma Olimpíada para demolir a Perimetral e urbanizar a orla? Claro que não. Bastariam um bom projeto de urbanização com reserva de terrenos para moradia, recursos, e que os governantes agissem como verdadeiros estadistas.   O(Leia mais)

AS ÁRVORES E O BURGOMESTRE LENHADOR

Uma fábula urbano-carioca Canagé Vilhena Era uma vez um burgomestre que não gostava de árvores. No ano de 2015 ele comandava u’a mui leal e heroica cidade situada no Hemisfério Sul do mundo, fundada 450 anos antes por portugueses entre morros belíssimos que lembravam um pão-de-açúcar e a cara de um cão, às margens da também belíssima e então despoluída baía que banhava aquela terra maravilhosa com águas cristalinas. Para atingir os objetivos políticos que almejava – comandar cada vez mais e mais reinos – o burgomestre queria realizar obras em toda a urbi, para que todos vissem suas realizações. Porém, para fazê-las, era necessário cortar muitas árvores. O único problema era que no Século XXI crescia a preocupação com o aquecimento do planeta, havia manifestações em defesa da natureza em toda a orbi, e cortar árvores só fazia a situação(Leia mais)