SEMANA 08/10/2013 a 12/10/2013 – O CASO DA FREGUESIA, E O RIO DE JANEIRO VISTO PELO OLHAR DE CRIANÇA

“Quando eu era criança às vezes, à noite, passava ao lado de um buraco enorme e preto e ficava muito assustada. Tinha medo de que, nas curvas, o carro do meu pai, o Ford 50, caísse e afundasse naquela escuridão. Na beira da rua havia uma favela, tinha gente conversando e bebendo. Parecia um lugar animado”. Trecho de QUANDO EU ERA CRIANÇA, uma CrôniCaRioca em homenagem a todas as crianças que vivem em nós.   Túnel do Pasmado e Favela do Pasmado, removidaImagem: Internet  Publicações da semana que passou e textos mais lidos Os posts imediatamente anteriores – que tiveram repercussão excepcional : Peu Vargens, o concurso para a Casa de Rui Barbosa, e a reunião do CONSEMAC sobre o campo de Golfe; o excelente artigo de Gisela Santana sobre a exacerbação da renovação urbana e desmatamentos no bairro da Freguesia; e(Leia mais)

QUANDO EU ERA CRIANÇA

CrôniCaRioca Andréa Albuquerque G. Redondo Para BIANCA Blog Curta-se Mais    _______________________Quando eu era criança bati com a testa na porta. Nasceu um galo gigante. Corri da minha mãe que queria apertar o galo com a faca deitada. Chorei muito. O galo não diminuiu. No caminho para o hospital, deitada no colo da minha mãe, vi muitas estrelas amarelas em um céu claro. Cresci um pouco e descobri que as estrelas eram as luzes no teto do túnel do Pasmado. Nessa época tinha uma favela em cima do túnel. Depois um governador tirou a favela. Fizeram um mirante no alto do morro e puseram lá a bandeira do Brasil. O hospital era o Rocha Maia. Não tem mais emergência… _______________________ Quando eu era criança pedi ‘cola’ em uma provinha. Não sabia se 60 em algarismos romanos era XL ou LX –(Leia mais)

EM SETEMBRO SOAM PALAVRAS PLURAIS

CrôniCaRiocaAndréa Albuquerque G. Redondo cultura.culturamix.com Encantei-me pelas palavras. Quando, não sei dizer. Só sei que cedo soaram sons sedutores… – isto é um tipo de rima, não sei qual -, … antes de conhecer a escrita. O som das palavras. Para ser agradável, deveria soar baixo, suave, grave. Passar serenidade. Aos ouvidos, com firmeza e doçura. Gritos e agudos, jamais. Bem pequena, o Pai Carioca ensinava os plurais. Nada de bananas ou laranjas, isso é fácil. _ “Vamos brincar de dizer o plural”: ‘Uma mão’ (assim mesmo, sem u’a)… _‘Duas mãos’. _‘Um mamão’… _ ‘Dois mamões’. _ “Agora quero ver”: ‘Um pincel’…  _ ‘(?)… Dois pincéus’. _ “Hã”? _ “Humm”… ‘Dois pincéis’! _ “Muito bem, que beleza”! _ “E este”? ‘Um lápis’. _ ‘(?)… Dois… Lápises’?. _ “Lápises? Não, querida… Quase”! No trajeto para o colégio, antes de aprender a(Leia mais)

SEMANA 05/08/2013 a 09/08/2013 – DES-DEMOLIÇÕES, QUARTEL – VENDA ADIADA, E O FORD 1950

“Nada existe ainda sobre a proteção do sítio histórico, o respeito à memória urbana e à História de 200 anos que o lugar abriga, nem o anúncio, por exemplo, de um projeto de urbanização para integrá-lo à cidade com uso mais nobre do que simplesmente entregar o espaço ao mercado imobiliário”. Trecho de VOU DEMOLIR! HUMMM.. REFLETI… NÃO VOU DEMOLIR… Internet – Fotolog Publicações da semana que passou e textos mais lidos. Os posts imediatamente anteriores; as idas e vindas sobre a demolição das instalações esportivas no entorno do Maracanã; o anúncio de que o Quartel da PM da Rua Evaristo da Veiga – O Quartel dos Barbonos  – por enquanto não será vendido. Por enquanto. Portanto, há que manter a vigília! Na semana do Dia dos Pais a CrôniCaRioca homenageia todos os pais amorosos. Conta a história de um deles(Leia mais)

MEU PAI E O FORD 1950

  CrôniCaRioca   Andréa Albuquerque G. Redondo   Blog Carros Antigos Era uma paixão. O Pai CaRioca e seu carro. Dirigia devagar, satisfeito, garboso. Às vezes o cotovelo para fora, braço apoiado na janela. Hoje não pode. Nem pôr o braço para fora nem andar de janela aberta. Penso que a autoconfiança que as mulheres sentem quando vestem uma roupa bonita e um belo sapato de salto alto, os homens sentem quando vestem um carro. Sim, é a roupa predileta, aço, motor e rodas, mais que qualquer terno de grife. Há quem duvide se preferem os automóveis às mulheres!   Para uns o som do motor é música, melhor do que uma bela sinfonia ou a bossa nova. Assim era o pai com o Ford, só elogios!   O espaço interno era generoso. Pequenos, no caminho para Petrópolis, meu irmão(Leia mais)

SEMANA 22/07/2013 a 26/07/2013 – MARINA DA GLÓRIA, CIDADE INFORMAL, E O PAPA NO RIO

Na Jornada Mundial da Juventude o Papa Francisco, sem ouro ou prata, arrebatou brasileiros e estrangeiros de todas as idades. “A chuva escondeu o azul do céu do Rio, fez o mar cinza-chumbo,  maltratou os peregrinos, e fez mais. Transformou o Campus Fidei em um lamaçal  e expôs a fragilidade ambiental de Guaratiba.” Trecho de O PAPA NA URBE CARIOCA Jornada Mundial da Juventude, 2013. Praia de CopacabanaFoto: Notícias r7 Publicações da semana que passou e textos mais lidos. Os posts imediatamente anteriores; o artigo de Sonia Rabelo sobre os novos perigos que rondam a Marina da Glória com links de textos do blog que esclarecem o assunto; uma análise sobre as diferenças entre a dita ‘cidade formal’ e as comunidades, sob o ponto de vista da atuação dos órgãos municipais e dos empreendedores da construção civil. A CrôniCaRioca passeia(Leia mais)

O PAPA NA URBE CARIOCA

CrôniCaRioca Andréa Albuquerque G. Redondo Papa FranciscoInternet Católico, ateu, agnóstico, outra religião, tanto faz. Impossível é deixar de emocionar-se ou, ao menos, impressionar-se com a comoção causada pela visita do Papa Francisco ao Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude, que acontece aqui graças a Bento XVI, devemos lembrar. Problemas, falhas? Sim, muitos, visíveis todos os dias. Os naturais transtornos para quem vive Réveillons e Carnaval eram esperados. Trânsito caótico, falta de segurança, falta de transporte e engarrafamentos que no Rio são crônicos, pioram…. Pane no Metrô e horas para conseguir o kit-peregrino são inadmissíveis. Emoção e alegria? Sim, em profusão. A cidade fervilha com a juventude colorida e alegre. O Pontífice com poucos meses de pontificado irradia simpatia e carisma. Só inspira bons sentimentos. O Papa argentino é Pop. Querem tocá-lo, abraçá-lo, receber uma bênção, atiram bilhetes(Leia mais)

DOCE DE POBRE

CrôniCaRioca Andréa Albuquerque G. Redondo Johannes Vermeer, A Leiteira (1657-1658 ?)Wikipedia Crianças pequenas, trabalho fora, impossível viver sem empregada, a auxiliar de muitos lares brasileiros, elas que também têm filhos, trabalham fora e também precisam de auxiliares, que, por conseguinte, trabalham fora e, certamente, têm quem as auxilie se houver casa para cuidar, marido, e filhos, um retrato da sociedade brasileira, cadeia que funciona como as casas de espelhos dos parques de diversões que reproduzem a mesma figura ao infinito. Pois se hoje o sistema está em mudança – um ministro já disse que empregadas estão em extinção -, encontrar a boa collaboratrice domestica, como se diz em italiano, nunca foi fácil, ao menos desde que me entendo por gente e acompanho as histórias da família e de amigos, neste mundo das classes médias e remediadas sem infraestrutura de outros(Leia mais)

O MISTÉRIO DO PÍER, NEM EM PROSA, NEM EM VERSO

CrôniCaRioca Andréa A. G. Redondo es.123rf.com Era uma vez um píer. Funcionava na Mauá, uma praça importante, que tem nome de barão, sua estátua está lá. Esse píer ainda existe, mas não serve prá navio. É no Centro, ele é nosso, é do mar, mas é do Rio. Era uma vez um porto. Fez 100 anos faz bem pouco. Centenário, mas sem píer, só beirada prá atracar. Os navios, sempre em fila, ficam um atrás do outro. O coitado do turista sofre tanto ao chegar. Cá em terra tudo novo, muitas torres chegarão. Mas os barcos são tão grandes, atrapalham a visão. Em silêncio na surdina, inventaram um tal de “Y”, resolveram a questão. Quando o Píer veio à tona, começou a confusão. Esqueceram os museus e o Mosteiro, e criaram um paredão. “Também quero ver a vista!”, reclamou a(Leia mais)

ELOGILDA, RECLAMILDA, E O METRÔ REBATIZADO

CrôniCaRioca Andréa A. G. Redondo As amigas se encontraram de novo no Metrô. Lotado. “Oi, que saudade!”, dois beijinhos cariocas, e, conversa vai, conversa vem… ELOGILDA – Amiga, ontem fiquei muito triste, parecia que nossa vida nesse Metrô ia melhorar e, de repente, nada feito, vai continuar o mesmo sufoco porque eles não têm dinheiro para cuidar de tanta coisa… É o que eles dizem, né? RECLAMILDA – Só você prá achar que isso aqui não dá dinheiro, Elô. O que falta é vergonha, não é grana! E melhorar de que jeito, se a cada dia a coisa tá mais feia, daqui a pouco vai chegar o pessoal da Barra, Recreio, Guaratiba, Santa Cruz… Mais aperto, sem falar no pessoal da Linha 2 tudo junto até a Barra! Falta, sim, é o povo reclamar, essa história de dizer que brasileiro(Leia mais)

MÃES CARIOCAS, RAINHAS POR UM DIA!

br.freepik.com Acho que era um concurso. Para ganhar o prêmio seria necessário descrever um episódio feliz passado no Dia das Mães. Junto com a mãe, é claro. A chamada ativou lembranças. Concorrerá, é claro, quem ainda tem a mãe por perto, esta felicidade! Mas, se eu participasse, qual seria a resposta mais fiel? O dia que busco está guardado em algum lugar das memórias… Escolher uma data, uma passagem, que difícil! Por outro lado, o privilégio ter tantas lembranças felizes! Dia das Mães, 1961Foto de família Melhor contar como os Dias das Mães eram divertidos! Pensando bem, a diversão só vinha depois das brigas e confusões para decidir onde seria a reunião – quando o monopólio da Mãe CaRioca  deu lugar à alternância entre as casas da nova geração; depois das montagens de cardápios, sempre comidas deliciosas, caprichadas, especiais, de(Leia mais)