Mirante do Pasmado, primo do Jardim de Alah

Tal como no caso do Jardim de Alah, a Justiça se arvora em urbanista, conhecedora das cidades, dos fenômenos urbanos e dos espaços que os induzem.

Agora foi a vez do Mirante do Pasmado *, onde está plantado o Museu do Holocausto, panaceia para resolver a situação de abandono do local (sempre a mesma desculpa), que ironicamente, continua abandonado, o museu salvador fechado, à espera da própria salvação, com recursos públicos, quem sabe.

Cancelem as faculdades de arquitetura e urbanismo, sociologia, geografia, história e  educação. Cancelem cursos de paisagismo, patrimônio cultural, ecologia. Descartem as preocupações com permeabilização do solo, poluição do ar, aquecimento global.

O negócio é construir cada vez mais, expandir a malha urbana sem limites, para o lado e para o alto.

Substituam-se todas as carreiras citadas pelo Direito, de onde sairão os magistrados oniscientes, donos da palavra final em qualquer área de atuação.

Descartem prefeitos verdadeiramente devotados à cidade e à sua população, são desnecessários.

Ainda bem que tais sumidades não foram acionadas quando se pretendeu aterrar a Lagoa Rodrigo de Freitas, parte da Praia da Urca, e dar continuidade à exploração de pedreiras na Cidade do Rio de Janeiro. Assim fosse seríamos planície, sem Morro da Urca, Pedra da Gávea, Morro da Babilônia, Morro Cara de Cão, e muitos outros fadados ao destino reservado aos finados Morros do Castelo, do Senado, de Santo Antônio e à Pedra de Inhangá.

Fernanda Abreu comporia Rio 80 graus.

Observação: A venda de praças, jardins, e de terrenos para escolas e equipamento urbanos, doados obrigatoriamente ao Município por lei, prescinde da caneta dos magistrados. A pena do Prefeito  deu conta, sem pena.

Urbe CaRioca

Conforme matéria publicada na coluna do Ancelmo Gois, O Globo, o TRF rejeitou pedido de demolição do Mirante do Pasmado, reafirmando a importância de preservar a memória contra o esquecimento e o negacionismo. O projeto foi objeto de várias postagens deste blog e podem ser conferidas ao final do texto.

Justiça Federal decide que Memorial do Holocausto, no Morro do Pasmado, seguirá de pé

Por Ancelmo Gois – O Globo

Link original

O Instituto Memorial do Holocausto fecha parceria com o Rio Convention & Visitors Bureau — Foto: reprodução

Lembra da ação do Ministério Público Federal que pedia a demolição do Memorial do Holocausto, no Morro do Pasmado, alegando que o lugar é tombado? O TRF manteve agora a decisão de primeira instância, e o Memorial segue — ainda bem — de pé. Hitler, como se sabe, matou cerca de 6 milhões de judeus, além de homossexuais, comunistas, ciganos e até Testemunhas de Jeová.

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