Patrimônio roubado, vandalizado ou abandonado ? Qual é o que lhe dói mais o coração?, de Cláudio Prado De Mello

Por Cláudio Prado de Mello

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Ontem, todos nós acompanhamos as movimentações e vandalismo em Brasília que deixaram todos perplexos e revoltados. Dado momento um grupo iniciou um ação de vandalismo e depredação e o resultado foi o que se viu, com prédios públicos vandalizados e muita destruição por todas as partes .

Por conta dessa depredação desde ontem eu tenho sido cobrado por vários amigos uma posição sobre essa questão e naturalmente essa cobrança tem me deixado profundamente assustado, uma vez que a minha posição será sempre a de repudiar e condenar qualquer ação que não seja o “diálogo”, a “construção” e o “engrandecimento” de algo. Portanto quando pensamos que obras raras e únicas podem ser destruídas propositalmente, para mim é mais que um “dano” a um bem cultural, mas se torna uma questão de bestialidade e até de insanidade.

Também, de ontem para hoje, estou vendo pessoas físicas e jurídicas, amigos e gente comum, alguns que nunca se manifestaram muito sobre os danos ao patrimônio histórico e cultural se manifestando ferozmente em defesa de bens como as telas de Di Cavalcanti, o Relógio Barroco de D João VI e tantos outros itens culturais de importância máxima para o país… E a partir daí comecei a observar o que cada um dizia e argumentava e depois de um tempo comecei a me perguntar se o quadro do grande pintor brasileiro Di Cavalcanti era mais importante do que a casa em que Portinari morou na Rua da Laranjeiras, 343, que está DESABANDO, que denunciamos amplamente em 2021 sem que nada nem ninguém faça alguma coisa. Qual é a medida de valor do que é mais importante ou é mais comovente? Não sei responder !!!

Apesar da dor e da consternação pelo que aconteceu em Brasília no dia 08 de Janeiro, existe um fundo de alegria nessa história toda, pois no meu caso, depois de uma VIDA TODA de dedicação ao Patrimônio Histórico, depois de ter passado tantas inúmeras madrugadas fazendo relatórios para apresentar e protocolizar junto aos MPs, aos Órgãos Gestores, às Polícias Federal, PM… Depois de ter ido tantas vezes à delegacias da Polícia Civil fazer BOs e prestar esclarecimentos é ter que encarar os bandidos…. Depois de ter saído tantas vezes desesperado por causa de notícias de incêndios as nossas fazendas… de roubos aos nossos casarões e igrejas… de ataques aos nossos monumentos e até mesmo arriscar a minha vida em confronto com ladrões e bandidos …. FINALMENTE eu vi as pessoas se manifestarem sobre os danos ao Patrimônio Cultural e Histórico e prevejo uma NOVA ERA aonde as pessoas vao se preocupar com seus bens mais preciosos, que são as heranças culturais que gerações e gerações de antepassados nos deixaram e que constituem a MATRIZ civilizacional de nossa cultura Brasileira .

Assim, de coração repleto de ESPERANÇA prevejo que nossos mais valiosos bens culturais do Rio de Janeiro – hoje ABANDONADOS ou PRETERIDOS – como Fazenda Colubandê (São Gonçalo) , Fazenda do Capão do Bispo ( Del Castilho), Fazenda do Viegas (Senador Camará), Fazenda da Praia Grande (Niterói), Engenho de São Bento (Duque de Caxias), Igreja do Bonfim (Caju), Fazenda Arcozelo (Paty do Alferes), Fazendas Mandiquera e Machadinha (Quissamã), Solar dos Airizes (Campos) , Solar dos Urubus ( Macaé) e uma lista imensa de outros vão começar a fazer parte da Preocupação das pessoas da mesma forma que vi a preocupação delas perante outros bens culturais .

É claro que é bem diferente a gente ver alguém destruir um bem cultural e ele ser abandonado de forma a degradar lentamente ate ele acabar, ou ser tomado pelo fogo, ou qualquer infortúnio desses. E nesse momento eu me perguntei :

QUAL É O TIPO DE PERDA QUE MAIS DÓI NO MEU CORAÇÃO ?

O Roubado? O Vandalizado ? ou o Abandonado ?

Nessa lista eu apresento cinquenta bens culturais que estão se perdendo no Rio de Janeiro e ao final de ver essas dezenas de bens culturais edificados que estão se acabando eu pergunto se as pessoas podem ajudar a sensibilizar as outras de que eles são importantíssimos para o Estado do Rio de Janeiro e eles merecem a atenção e a preocupação de todos .

Muito obrigado por ajudar a defender o nosso Patrimônio Histórico !

LISTAGEM DOS PRINCIPAIS BENS HISTÓRICOS ABANDONADOS OU FECHADOS NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

1) Fazenda Capão do Bispo, em Del Castilho: desocupada em 2012-3 por ordem de Adriana Rattes e Sérgio Cabral. Está com cupins, vazamento interno de água, telhas coloniais que cederam e está altamente comprometida em estado terminal . Em 2017 quase pegou fogo e em 2021 pegou fogo o prédio em consequência de um incêndio no matagal. Bem do ESTADO sob os cuidados da SECEC .

2) Edifício da antiga Escola de Eletrotécnica do Rio de Janeiro (Faculdade de Comunicação da UFRJ), no Campo de Santana, na esquina da rua Visconde do Rio Branco. Prédio de gosto eclético literalmente desabando. BEM DA UNIÃO

3) Palacete São Cornélio: abandonado e altamente deteriorado, com roubos de telhas e calhas e obras de arte. Propriedade da Santa Casa da Misericórdia. BEM PRIVADO

4) A Fazenda Colubandê – SÃO GONÇALO – está abandonada desde 2012 por ordem de Sérgio Cabral. Já sofreu vários atentados em outubro de 2017 voltou a abandonada sem qualquer tipo de vigilância. Em 21 de Janeiro roubaram o seu retábulo de madeira dourada de 1750 e foi levado para São Paulo pelo ladrão. Bem de 122.000 m2, desapropriado dos herdeiros do Barão de São Gonçalo nos anos 1960, mas não foi paga a desapropriação. BEM DO ESTADO

5) Prédio do ex-Museu do Índio, no Maracanã está fechado e em ruínas. Foi construído no século XIX . BEM DO ESTADO

6) Museu do Gás, na Avenida Presidente Vargas. Com a venda da CEG, o Museu do Gás foi desativado e com o tempo o acervo foi descartado. Colecionadores acabaram comprando parte do acervo da mão de catadores de lixo. BEM PRIVADO

7) Prédio do Automóvel Clube do Brasil, no Passeio Público. Apesar de ter sido feita uma pintura da fachada o interior do prédio esta acabado, inclusive roubaram todo o madeiramento que sustentava os assoalhos de madeira. BEM DO MUNICÍPIO

8. Fazenda do Viegas em Senador Camará. Tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1938, a propriedade, na antiga Estrada Rio São Paulo, foi transformada em Parque Municipal em 1996. Hoje se encontra completamente depredada e abandonada. BEM DO MUNICÍPIO

9) Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens, na Rua da Alfândega. Prédio suntuoso mas com inúmeros problemas de conservação . Mantido pela Irmandade que confessa não ter recursos para a manutenção. BEM PRIVADO

10) Casa de Banho de D. João, atual Museu da Comlurb, no bairro do Caju.Museu fechado e casa abandonada e ocupada por viciados. BEM DO MUNICÍPIO

11) Museu do Primeiro Reinado – Casa da Marquesa de Santos , em São Cristóvão. Museu fechado . De tempos em tempos falam da implantação do Museu da Moda. BEM DO ESTADO

12) Restos do Aqueduto da Lagoinha, na Estrada Joaquim Mamede e arco na Rua Santa Alexandrina, no Rio Comprido – o arco fica dentro de um terreno que tem algumas torres da Light.

13) Reservatório da Quinta da Boa Vista, do Período Imperial (1867), próximo a Quinta da Boa Vista. Hoje de propriedade da CEDAE e tombado pelo INEPAC. BEM DO ESTADO

14) Igreja Nossa Senhora do Bonfim no Caju. A Igreja de propriedade em uma Irmandade está no mesmo caso da Santa Casa da Misericórdia, com uma gestão corrupta e a igreja está em processo de arruinamento. Como pertence a uma Irmandade a Cúria não toma conhecimento. BEM PRIVADO

15) Solar dos Abacaxis, no Cosme Velho. Rico prédio em estado de abandono e vandalizado. BEM PRIVADO

16) ESTAÇÃO DA LEOPOLDINA – Edifício do Período Eduardiano da Estação Férrea Barão de Mauá, chamado de Leopoldina, em São Cristóvão. Estado de abandono. BEM DO ESTADO

17) Edifício da Igreja Positivista na Glória. Abandonado. BEM PRIVADO

18) Estação Férrea de uso da família Imperial em São Cristóvão. Prédio íntegro, mas abandonado. BEM PRIVADO

19) Mausoléu do Barão de São Gonçalo no Cemitério do Carmo. Literalmente desabando e apenas de pé porque está amarrado por dois arames. BEM PRIVADO

20) Patrimônio Funerário do Cemitério do Catumbi. Apesar de no geral o cemitério estar bem conservado, alguns monumentos desabaram e não conseguimos ver solução. Inclusive sendo um perigo para as pessoas . BENS PRIVADOS

21) Patrimônio Funerário do Cemitério do Carmo, no Caju . A parte mais rica, antiga e valiosa do Cemitério do Carmo se encontra seriamente danificada , tendo um aspecto desolador . BENS PRIVADOS

22) Casario do Corredor Cultural (Rua do Teatro, Rua Sete de Setembro, Rua da Carioca e Saara). BENS DIVERSOS

23) Museu da Farmácia da Santa Casa de Misericórdia, Centro, BEM PRIVADO

24) Antiga sede da Fazenda Engenho D’ Água, em Jacarepaguá. Casa de engenho de açúcar do século XVIII, constituída de construção térrea, com sobrado parcial formando mirante. Possui avarandados na fachada frontal e na dos fundos, a capela doméstica fica à esquerda da casa já descaracterizada no seu interior, conservando apenas as esquadrias originais. BEM PRIVADO

25) Fortaleza da Laje, Baía de Guanabara. BEM DA UNIÃO ?

26) O Museu Carmen Miranda está fechado. BEM DO ESTADO

37) Patrimônio Funerário do Cemitério de São João Batista e em especial a Pirâmide do Marquês do Paraná. BEM PRIVADO

38) Museu de Arte Naif, no Cosme Velho. Fechado em Julho de 2017 e prédio colocado à venda . Não se sabe do Acervo . BEM PRIVADO

39) Patrimônio histórico da Colônia Juliano Moreira. A colônia tem sete milhões de metros quadrados, o tamanho de Copacabana, e se notabilizou por abrigar o Hospital Psiquiátrico, gerido pela União. Em 2000, já com as reformas psiquiátricas em vigor e as mudanças no tratamento de doentes mentais, foi municipalizada. Os prédios do núcleo histórico, como o edifício-sede da antiga Fazenda Engenho Novo, que posteriormente funcionou como pavilhão de internação, os casarões vizinhos e a Igreja da Nossa Senhora dos Remédios, do século XIX, foram tombados em 1990, pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). Já o antigo aqueduto, do século XVIII, é tombado desde 1938. Recentemente, embora iniciativas tenham sido elaboradas para revitalizar o conjunto, nada foi feito. BENS DIVERSOS

40) Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista- Museu Nacional. O Museu Nacional, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), é a mais antiga instituição científica do Brasil e um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. O palácio serviu de residência à família real portuguesa de 1808 a 1821, abrigou a família imperial brasileira de 1822 a 1889 e sediou a primeira Assembléia Constituinte Republicana de 1889 a 1891, antes de ser destinado ao uso do museu, em 1892. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938. BEM DA UNIÃO

41) Fonte na parte posterior da Igreja São Francisco de Paula, no Largo de São Francisco. BEM PRIVADO

42) Fazenda do Engenho Novo , em São Gonçalo . Antigo Engenho Novo do Retiro, pertenceu a diversos donos até 1830, quando foi adquirido por Belarmino Ricardo de Siqueira, barão de São Gonçalo, grande latifundiário. Em dezembro de 1993, as terras da fazenda foram desapropriadas pelo Governo do Estado para fins de assentamento rural. O conjunto, abandonado à própria sorte, sofreu um grave processo de vandalismo e encontra-se em estado de arruinamento. Atualmente uma parte está sendo reconstruída. Bem do Estado ?

43) Fazenda São Bernardino em Nova Iguaçu. Em 2016, uma equipe da CEDAE precisando de material de entulho para cobrir uma área alagada, destruiu toda a lateral da Fazenda que estava de pé. BEM MUNICIPAL

44) Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Duque de Caxias. Marco da arquitetura colonial religiosa fechado por mais de 10 anos e apesar de ter sido iniciada a restauração, carece de recursos . BEM PRIVADO

45) Estação Ferroviária Sant ́ Anna de Maruí, Niterói BEM DA UNIÃO ?

41) Museu Sítio Sambaqui de São Bento em Duque de Caxias. Junto ao Museu Vivo de São Bento temos o Sambaqui de São Bento, que está literalmente desabando. Em 2014 o IPHARJ ajudou na montagem da exposição e nos ajustes do Museu Sítio, mas não existem recursos para a conservação. BEM PRIVADO

42) Palacete da Mandiquera, em Quissamã. Suntuoso prédio de 1875, residência dos Condes de Araruama. Em 2008 desabou uma lateral. A Prefeitura mandou instalar uma cobertura metálica para proteger das intempéries. Começou a levantar recursos para a compra do imóvel. O proprietário pedia 600 mil, mas resolveu aumentar o valor e impediu a venda. De lá para cá o casarão está ruindo. As escoras de madeira nas paredes colocadas em 2008 foram removidas em Fevereiro de 2017 e ele foi depredado violentamente. BEM PRIVADO proprietário: Helcio Carneiro

43) Fazenda Machadinha em Quissamã. Uma parede posterior desabou em Maio de 2017. A Capela Nossa Senhora do Patrocínio encontra-se com uma obra interminável. BEM MUNICIPAL

44) Fazenda São Domingos em Quissamã. Desabando BEM PRIVADO

45) Guia de Pacobaíba em Magé. É a primeira estrada de ferro da América do Sul, inaugurada no dia 30 de Abril de 1854. Esta estrada, que se denominou Mauá e depois estrada de ferro Príncipe Grão – Pará, ligava Guia de Pacobaíba à Fragoso e tinha uma extensão de 14.500 metros. A primeira máquina chamada “ Baronesa” encontra-se ainda hoje no Museu Histórico Ferroviário no Engenho de Dentro no Rio de Janeiro…é conservada como relíquia histórica. Na primeira estação ferroviária foi dado o nome de “Mauá” , que em língua indígena , significa “ cousa elevada”. BEM DA UNIÃO

46) Patrimônio Ferroviário do RJ – Toda a malha da Linha do Litoral e outras foram abandonadas Patrimônio da União BEM DA UNIÃO

47) Patrimônio tombado do INEPAC com Caixas dágua e reservatórios históricos espalhados pela cidade do Rio de Janeiro Patrimônio do Estado BEM DA ANTIGA CEDAE

48) Mirante da Granja Guarani em Teresópolis. Pequena jóia neocolonial, construída em 1929-1930 pela família Guinle, é composta por dois corpos interligados por um avarandado coberto. BEM MUNICIPAL ?

49) A Casa das Irmãs Perry em Teresópolis – A casa das irmãs Perry foi construída em 1845, pelo inglês radicado no Brasil, Richard Heath, administrador e mais tarde sócio do também inglês George March, desbravador e colonizador das terras onde hoje está a cidade de Teresópolis. BEM PRIVADO

50) SOLAR DOS NOGUEIRA, incluindo o terreno onde está implantado, à Praça da Bandeira nº 174/256, hoje s/n.º e em ruínas, na esquina com Rua Padre Luna. BEM PRIVADO

51) Hotel Amazonas ( Antiga casa do barão de Piratininga ) em Campos dos Goytacazes . BEM PRIVADO

52) Casa de Portinari, Rua das Laranjeiras 343. O imóvel foi residência de Cândido Portinari de 1943 a 1954. No terreno, além da casa principal, de arquitetura eclética construída no início do século XX, há o ateliê do pintor,de arquitetura simples, projetado por Oscar Niemeyer. Nesse endereço, Portinari produziu obras significativas como os painéis da capela Mayrink, no Alto da Boa Vista; a série Bíblica para a Rádio Tupi de São Paulo e a série Retirantes para o saguão do Colégio Cataguases. BEM PRIVADO

53) Solar dos Airizes (Campos dos Goytacazes) Foi construído a pedido do Comendador Cláudio do Couto e Souza para servir como sua moradia. Após várias gerações, hoje o Solar pertence a Nelson Luis Lamego. O Solar é uma construção de estilo colonial, típica construção das fazendas da época. Possui dois pavimentos de mesmas áreas, onde o primeiro é um porão alto e o segundo a parte habitável. BEM PRIVADO

54) Solar dos Urubus (Macaé) O Palácio dos Urubus é uma construção arquitetônica histórica, localizada na Rua Doutor Télio Barreto, no centro da cidade de Macaé. O projeto arquitetônico é assinado pelo alemão Antonio Becher, também responsável pela construção de outros monumentos relevantes como os solares das fazendas Machadinha e Mandiqüera, localizados em Quissamã (RJ). O Palácio dos Urubus é o seu único projeto urbano.O terreno, Chácara do Vira-Pau, na antiga Rua do Colégio, pertencente ao Barão de Póvoa de Varzim, foi adquirido, em fevereiro de 1865, por uma campista, futura Viscondessa de Muriaé. BEM PRIVADO

55) Igreja de São João Batista em Casimiro de Abreu. Teve sua origem numa capela já existente no século XVIII, ampliada provavelmente em 1846, quando a localidade de Barra de São João foi elevada à categoria de Vila. BEM MUNICIPAL

56) Sede da Antiga Câmara Municipal de Itaboraí. Construída na terceira década do século XIX, a antiga Casa de Câmara e Cadeia da Vila de São João Batista de Itaboraí é projeto do engenheiro Júlio Frederico Koëler, autor de diversos edifícios na capital e no interior da antiga província do Rio de Janeiro. BEM MUNICIPAL

57) Igreja Matriz de São Francisco Xavier e outros bens em Itaguaí. Igreja e remanescente do antigo convento jesuitico edificado entre os anos de 1718 e 1729, construindo-se em marco do possesso de formacao urbana da atual Itaguai. O conjunto originalmente edificado matinha o partido tradicional da quadra, formado pelo colegio, demolido em 1961, e igreja ao redor de claustro central, muito utilizado pela ordem dos Jesuitas. O tombamento inclui imagens em madeira de Sao Francisco Xavier e de Nossa Senhora do Pilar e dos porticos 1 e 2 de acesso ao cemiterio.BEM PRIVADO

58) Diversos Coretos tombados pelo Estado espalhados pelas cidades fluminenses . BEM MINICIPAIS

59) Prédio do Hotel Gaspar em Campos dos Goytacazes. Edificado, por volta de 1830, para ser residência na cidade do dr. José Gomes da Fonseca Paraíba, fazendeiro campista. BEM PRIVADO

60) Solar do Visconde de São Lourenço, na esquina da Rua do Riachuelo com a Rua dos Inválidos, é um prédio em estilo colonial português, com três pavimentos, cuja construção foi iniciada no Século XVIII. O tombamento federal, em 1938, não o livrou da ruína, agravada por um incêndio na década de 1990 que o destruiu parcialmente e ate hoje nada foi efetivamente feito pela sua recuperação. Em 2021, uma tentativa de destombamento levou a mobilização da sociedade, mas efetivamente nada foi feito , alem de impedir a sua demolição. BEM PRIVADO

Bem ! Eu fico por aqui hoje, mas poderia passar a madrugada inteira enumerando mais bens que se encontram em estagio de abandono e degradação. E agora que mostramos tantas coisas eu novamente pergunto :

Patrimônio roubado, vandalizado ou abandonado ? Qual é o que lhe dói mais o coração?

PS. Confira a versao antiga da Lista do Abandono

Confira a Lista do Saque

Comentários:

  1. Prezdo Cláudio,

    Gostaria que fossem incluídas na sua lista as caixas d’água construídas na época do império para colher as águas dos rios que vinham do que conhecemos hoje como o Parque Nacional da Tijuca. Essas caixas precisam ser recuperadas. São lindas! Poucas pessoas sabem inclusive da sua existência. Nos limites das terras desapropriadas e reflorestadas pelo imperador D. Pedro II foram construídas caixas d’água e algumas pequenas represas. Essas áreas foram sendo invadidas, coisa que acontece até hoje. Os limites do decreto que criou o Parque Nacional da Tijuca eram os mesmos das áreas desapropriadas pelo imperador. Infelizmente pela falta de fiscalização contra invasões (por ricos e pobres), esses limites tiveram que ser alterados. Perda para todos nós. Aliás, em termos de perdas por conta de falta de fiscalização e respeito às leis existentes, perdemos continuamente um patrimônio ambiental imenso. Seja em áreas de restingas e praias, seja em florestas, seja em margens de rios e lagos, seja em encostas, com todos os problemas decorrentes desse desrespeito. Leis e regras são essenciais para que vivamos bem em sociedade. Foram feitas para o bem de todos. Mas, claro, desde que sejam seguidas e mantidas por uma fiscalização efetiva e contínua. Afinal, assim como o que ocorreu no domingo, em Brasília, valores muito mais importantes do que apenas os materiais são perdidos quando a falta de fiscalização e respeito às leis são desconsiderados.

    Atenciosamente,

    Maria Alice Bogado Fernandes

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