Atualização em 14/09: O autor do projeto paisagístico que será implantado no local – não noticiado explicitamente pelo G1 – entrou em contato com a Página Urbe CaRioca no Facebook. Na postagem a seguir damos publicidade à proposta.
Urbe CaRioca
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Publicamos vários textos a respeito da construção de um “monumento” no Morro do Pasmado, em uma área pública agora capitaneada pela iniciativa privada na enseada de Botafogo, na Zona Sul da Cidade.
Recentemente quem passa pelo local foi surpreendido com a retirada de uma grande área verde com o corte de árvores, como informou a notícia publicada no site G1, neste sábado, dia 12 de setembro, abaixo reproduzida.
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Moradores de Botafogo reclamam da retirada de árvores no Mirante do Pasmado; veja antes e depois
Local vai abrigar o Memorial do Holocausto, previsto para ser inaugurado pela prefeitura do Rio em dezembro. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, toda flora do topo do morro será restaurada.
Por Patricia Teixeira, G1 Rio
A retirada de uma grande área verde com o corte de árvores no Mirante do Pasmado, em Botafogo, Zona Sul do Rio, causou indignação em muitos moradores da região. Eles mostraram nas redes sociais a transformação que ocorreu no local, por parte da prefeitura, em menos de um mês, segundo os relatos.
Protestos e um abaixo-assinado chegaram a ser feitos para coibir a retirada das árvores. O assunto foi discutido pelo Comitê Gestor do Iphan, mas o órgão deu aval para a revitalização proposta pela prefeitura do Rio. O local vai abrigar o Memorial do Holocausto, previsto para ser inaugurado em dezembro.
Do apartamento onde mora, a advogada Rafaela Lobato consegue ver o mirante. Ela contou que a retirada da vegetação ocorreu em agosto, de bem forma rápida, e que causou descontentamento em muitas pessoas da região.
“Aconteceu tudo de uma forma muito rápida, em uma semana a área já estava desmatada. Moro bem em frente, minha vista dá direto para o Pasmado, espaço com proteção ambiental. Muitas pessoas ficaram indignadas. A prefeitura quer construir um memorial do Holocausto com mais destruição? Isso não faz sentido”, ressaltou Rafaela.
Frutos paisagísticos em 10 anos
Para o especialista Roberto Anderson, arquiteto e professor da PUC Rio, a discussão sobre a retirada da vegetação gira em torno da interferência na paisagem. Na opinião dele, a intervenção não gerou um desmatamento significativo.
“Não acredito que aquela área seja de vegetação nativa, pois já foi mexida algumas vezes. A questão é até que ponto as mudanças influenciam na paisagem do local. Foi isso que movimentou as redes sociais, os protestos e o abaixo-assinado que fizeram contra a intervenção”, explicou o especialista.
Roberto acredita que a proposta da prefeitura de aumentar a área verde na região, com plantio de novas mudas, possa trazer benefícios futuramente. Entretanto, ele ressalta que os frutos paisagísticos dessa ação só poderão ser vistos daqui a 10, 15 anos.
“Todas as encostas são de preservação ambiental, mas houve uma licença especial para a construção do memorial. A proposta de aumentar a área verde pode ser boa. Lá em cima já tinha uma parte que servia como estacionamento, então pode ser bom ter uma vegetação nova ali. Mas os frutos paisagísticos vão demorar uns 10, 15 anos para aparecer”, acrescentou.
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