Zona da Leopoldina: do desejo da classe média ao abandono, de Hugo Costa

Neste artigo, o geógrafo Hugo Costa destaca que a Zona da Leopoldina, que nos anos 1980 figurava como objeto de desejo da classe média carioca, é hoje um retrato vívido do abandono urbano. Naquele período, a região atraía investimentos privados e publicidade de peso — como o icônico comercial estrelado por Xuxa e Pelé, promovendo apartamentos com piscina, sauna e vista para a Igreja da Penha. Quase quatro décadas depois, a realidade mudou drasticamente: os imóveis se fecham, muitos são abandonados, e a população migrou para outras áreas da cidade, transformando a Leopoldina em uma espécie de “cidade fantasma” dentro da metrópole. O autor revela que essa transformação não ocorreu de forma isolada, mas refletiu décadas de políticas públicas inconsistentes e de investimentos concentrados em outras regiões do Rio de Janeiro. Planos diretores e estratégias urbanísticas sucessivas, de 1992 a(Leia mais)

Forte de Copacabana: Perigo à vista

Não nos surpreenderá o surgimento de um projeto de ocupação estranha ao Forte de Copacabana. Há alguns anos cogitou-se construir ali um hotel de luxo, ideia logo descartada por estapafúrdia. A notícia reproduzida abaixo surge na esteira de um decreto do Prefeito do Rio sobre licenciar na região do Arpoador apena projetos ligados ao turismo. Especulou-se que seria reserva de mercado devido a estar em negociação a venda do antigo Colégio São Paulo. Haverá algo além? É curioso ter sido chamado o mesmo arquiteto autor do projeto polêmico para ampliar as construções no alto do Pão de Açúcar, incluindo a famigerada Tirolesa. Sendo a cidade administrada por quem destombou o cinema Leblon, destrói e estupra uma belíssima área pública – também tombada – da importância e magnitude do Jardim de Alah, enquanto cuida de cascas de tangerina midiáticas no BRT,(Leia mais)

Centro do Rio: O Bom e o Mau

Ou, o Bem e o Mal O debate sobre o futuro do Buraco do Lume, no Centro do Rio, ganhou força após o lançamento de uma campanha contra a construção de um condomínio no local. A proposta, duramente criticada por movimentos sociais e parlamentares, é vista como um risco para a preservação do espaço histórico e simbólico da cidade, que há décadas funciona como palco de manifestações políticas e culturais. A mobilização busca impedir que o interesse imobiliário se sobreponha ao direito coletivo de manter áreas públicas vivas e acessíveis à população. Não há qualquer justificativa plausível para transformar um espaço de referência em mais um empreendimento privado. O Lume  simboliza resistência, memória coletiva e vida pública em uma cidade que já sofre com a falta de áreas de encontro e expressão. Avançar com esse projeto seria uma afronta ao(Leia mais)