Varandas deixam de ser varandas

O fechamento das varandas abertas, construídas nos edifícios da Cidade do Rio de Janeiro com base em normas que vigoram desde 1975, já está liberado totalmente (O Globo, 29/04/2018). A estranha lei da “mais-valia”, aplicada há mais de meio século para regularizar o irregular, mediante pagamento ao município, deixou de vigorar durante poucos tempo nos anos 1990 para voltar com força, em seguida. Seja pela arrecadação obtida com as multas de valor expressivo, ou pela pressão do mercado imobiliário, e de proprietários desejosos de ampliar seus apartamentos, a lei “bumerangue” foi e voltou várias vezes, para legalizar o que jamais seria aprovado: o fechamento de varandas e andares a mais. Não é tema simples diante das intrincadas leis urbanísticas vigentes, conforme apontado em vários posts neste Urbe CaRioca (marcadores ‘varandas’, ‘lei urbanística’). Porém, sempre esteve claríssimo que tais varandas eram(Leia mais)

O terreno no Flamengo, o empreendimento, as leis urbanísticas, e uma tese – Parte 2

Nota: PAL – Projeto Aprovado de Loteamento PAA – Projeto Aprovado de Alinhamento Nas postagens Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico (10/01/2018); O terreno no Flamengo: A mesmice piorada e um abaixo-assinado (09/03/2018); Terreno no Flamengo – Começa movimento de moradores contrários aos prédios altos (10/03/2018); e O terreno no Flamengo, o empreendimento, as leis urbanísticas, e uma tese – Parte 1 (16/04/2018), comentamos a venda um imóvel Próprio Estadual situado no Bairro do Flamengo, à iniciativa privada, no âmbito de um amplo pacote oferecido ao mercado imobiliário. A justificativa: fazer “caixa” para um Estado falido e endividado. Abaixo, outras considerações. 1. Áreas Coletivas e o terreno em questão Conforme explicado na Parte 1, o PAL 12773/PAA 18791, de 02/09/1947, aprovou a Planta de Zoneamento do Catete e Adjacências de acordo com Projeto de Urbanização n.(Leia mais)

Rio Histórico deteriorado

25 de abril de 2018 – Divulgado por Cláudio Prado De Mello  Assunto: Rio Histórico deteriorado Nos dias de hoje levar alguém do exterior para conhecer o Rio Histórico é ter a garantia que você não saberá explicar de como o estado dos monumentos deteriora a cada dia e alguns estão em caso dramático. A Praça XV, antigo Largo do Paço esta a cada dia em estado piore vejamos o quadro atual: 1) Convento do Carmo. Abandonado desde 2012 esta deteriorando internamente com infiltraçoes . O quarto de D. Maria I que estava restaurado , se encontra em estado calamitoso . As fachadas externas viraram uma Galeria de Pichaçoes 2) O Paço Imperial, espaço nobre da Cidade, continua com a politica de somente mostrar arte contemporanea e as famosas Instalaçoes , menosprezando a rica história do edificio e silenciando a potencialidade(Leia mais)

Morro do Pasmado – A paisagem maculada e a opinião de Hildegard Angel

Este site urbano-carioca já se posicionou contrariamente ao local escolhido para a construção do Museu do Holocausto. Foram várias postagens de grande repercussão. Morro do Pasmado – Triste notícia sobre a paisagem carioca Morro do Pasmado – Prefeito insiste em construir monumento que ofende a paisagem carioca Morro do Pasmado – Indagação sobre o monumento nocivo à paisagem Morro do Pasmado – O Sítio relevante e o monumento questionável – Comentários nas Redes Morro do Pasmado e a Paisagem Maculada – Homenagem e Desprestígio Morro do Pasmado – A Favela, o Parque, o Quiosque, o Monumento e a Paisagem Maculada Abaixo, a opinião de Hildegard Angel, publicada nesta terça-feira, dia 24 de abril, no Jornal do Brasil Urbe CaRioca Jornal do Brasil 24 de abril de 2018 – Hildegard Angel Um fenômeno de unanimidade… O PREFEITO CRIVELLA fez como Pilatos, sancionou(Leia mais)

Clube Flamengo – Afinal, quer ambos: Arena e Estádio

Notícias veiculadas pela grande mídia nos últimos anos mostram que o Clube  Flamengo quer construir um equipamento esportivo no terreno a ele cedido pelo Governo do Estado nos anos 1930. Os informes se alternam: ora o clube pretende erguer uma Arena de Basquete, ora um Estádio de Futebol. A capacidade também varia conforme a época da divulgação. Até o local escolhido já foi itinerante – Zona Sul, Zona Oeste e Zona Norte -agora aparentemente fixado no que é apelidado Campo da Gávea, embora o terreno fique na confluência dos bairros Leblon, Lagoa e Gávea (provável resquício de quando a cidade era dividida administrativamente em ‘Freguesias’, como as da Glória, Gávea e Lagoa, por exemplo). Há poucos dias divulgamos que o governador havia aberto o caminho para dar viabilidade aos desejos do clube – no caso, uma arena multiuso com capacidade(Leia mais)

O Feriado e a Praça, de Washington Fajardo

Bom artigo do arquiteto, publicado no jornal O Globo de hoje: História do Brasil e do Rio de Janeiro, memória urbana, e um projeto de revitalização que está dando certo. Que se multiplique! Boa Leitura. Urbe CaRioca O Feriado e a Praça Washington Fajardo A Praça Tiradentes é a prova de que é possível revitalizar espaços históricos. A perda de continuidade, no entanto, pode levar à perda de vinte anos de trabalho público A Praça Tiradentes é o coração geográfico do Centro Histórico do Rio. Está equidistante a pé em relação à Lapa, à Cinelândia, à Praça Quinze, ao Porto ou ao Catumbi. Dispõe hoje de um tramo do VLT, que a conecta à Rodoviária, à Central do Brasil, ao metrô e à estação das barcas. Uma praça eterna, da história da cidade e do país, marcada por fatos e(Leia mais)

Clube Flamengo – o trambolho perene e uma obrazinha de manutenção

Parece brincadeira. Uma das “contrapartidas” por liberar a construção de uma arena esportiva (ou estádio?) na confluência dos bairros Leblon, Lagoa e Gávea, é o clube assumir o conserto de elevadores nos edifícios da Cruzada São Sebastião, e obras de urbanização no mesmo conjunto habitacional, seja lá o que isto signifique. Um acordo totalmente sem sentido, que nada justifica. Basta lembrar que na ocasião da construção do Shopping Leblon o empreendedor ficou responsável pela pintura dos edifícios, obra literalmente “de fachada” que foi executada – de má qualidade, por sinal – resultado de gosto duvidoso que o tempo e as intempéries apagaram rapidamente, voltando o conjunto a ter o aspecto deplorável de sempre. Vale repetir sempre que a Zona Norte implora por investimentos e equipamentos urbanos que qualifiquem bairros e promovam desenvolvimento econômico. Os antolhos dos gestores públicos impedem a(Leia mais)

O terreno no Flamengo – o empreendimento, as leis urbanísticas, e uma tese – parte 1

Conforme postagens anteriores neste Urbe CaRioca, no início do ano um terreno Próprio Estadual situado no Bairro do Flamengo foi vendido à iniciativa privada, no âmbito de um pacote oferecido – pelo governo – ao mercado imobiliário. Do mesmo modo que o terreno do Segundo Batalhão da PM, na esquina das ruas São Clemente e Real Grandeza, o imóvel citado – com frente para as ruas Machado de Assis, Dois de Dezembro, Arno Konder e Beco do Pinheiro, onde funcionaram a garagem de bondes da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico e a garagem de ônibus elétricos da extinta CTC – foi vendido com vistas à construção de um conjunto de edifícios. Os primeiros comentários a respeito estão em Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico (10/01/2018); O terreno no Flamengo: A mesmice piorada e um(Leia mais)

Clube Flamengo: mais um erro urbano-carioca a caminho

O jornal “O Globo” noticiou nesta quinta-feira, dia 12 de abril, que o caminho para a construção de uma arena (e/ou estádio?) no terreno cedido ao Clube Flamengo, foi aberto. É o que informa a reportagem “Pezão assina termo e regulariza terreno para arena multiuso do Flamengo”. Os argumentos apresentados pelos representantes do governo e do clube são tão inconsistentes que dispensam outros comentários. Cabe lembrar que o terreno localiza-se na confluência dos bairros Leblon, Gávea e Lagoa, junto à Lagoa Rodrigo de Freitas, e que a construção causará, no mínimo, forte impacto negativo sobre a paisagem urbana. Enquanto o Rio de Janeiro destrói o Autódromo de Jacarepaguá (e quer construir outro em uma das únicas áreas livres e verdes da Zona Norte, em Deodoro); o Governo Estadual vende imóveis de sua propriedade para a construção de mais edifícios  em locais(Leia mais)

A DESTRUIÇÃO ASSISTIDA DA ZONA NORTE, de Hugo Costa

Diante das orientações sobre o uso do solo contidas no Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro (Lei Complementar 111/2011) e de possíveis modificações nas leis urbanísticas vigentes conforme proposta da Prefeitura que tramita na Câmara de Vereadores (comentada em “Proposta de Código de Obras para o Rio – A Trilogia” e no artigo “Solo para quem usar“, de Eduardo Cotrim), as considerações do geógrafo Hugo Costa sobre as carências e o esvaziamento da Zona Norte carioca, classificada como Macrozona Incentivada, mostram a distância que existe entre intenções e ações governamentais, e a realidade encontrada nos bairros respectivos. O título escolhido pelo autor descreve a situação considerada, ao mesmo tempo em que remete, com sutileza, à classificação de outra Macrozona de Ocupação Urbana definida pelo Plano Diretor. Boa leitura. Urbe CaRioca A DESTRUIÇÃO ASSISTIDA DA ZONA NORTE Hugo Costa(Leia mais)