Jardim de Alah: considerações de Sonia Rabello

Sonia Rabelo, professora e jurista

De área verde a vitrine de concreto disfarçada de revitalização

O jardim, cujo projeto prevê a sua mutilação e descaracterização, revela o total desprezo do governo municipal, e de uma elite midiática, pelos jardins e bens públicos tombados. Jardim histórico é JARDIM, inclusive com suas árvores e plantas exóticas, resultado de seu projeto paisagístico histórico, pois ali não é Mata Atlântica, (óbvio ululante…). É, sim, um jardim histórico paisagístico tombado, que será mutilado, e descaracterizado!

Difícil de entender ou precisa desenhar? É assim nos JARDINS públicos no mundo afora, como no Central Park, no Hyde Park, no Parque do Flamengo, no Ibirapuera, nos jardins de Pequim, de Xian, Buenos Aires, de Mendonza, de Berlim, de Viena, nos inúmeros jardins de Paris, etc., etc., etc.

Estamos nas mãos da Justiça: será que ela nos dará tempo e oportunidade para discutir e provar isto, ou a decisão será pela via imprudente de descaracterizar primeiro, e discutir depois? Caso isto aconteça será a desmoralização final do tombamento de bens naturais, e talvez do próprio instituto do Tombamento, tão arduamente construído por décadas e por gerações no Brasil!

O nosso coração está temeroso, mas confiamos na luta, inspirados, nesta semana, nos lutadores Niède Guidon, e Sebastião Salgado! Eles não desistiram e nos deixaram um legado de confiança e esperança na sobrevivência possível do patrimônio público dos nossos direitos ao Patrimônio Cultural.

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