Amo praticamente

Um diálogo entre Reclamilda e sua netinha de cinco anos no dia da eleição, 07/10/2018. CrôniCaRioca Netinha: Vovó, o que é “Amo praticamente”? Reclamilda: Não entendi bem, Querida. Você quer dizer que ama praticamente todo mundo, ama todas as pessoas? Netinha: Não, vovó, não é nada disso. É igual como falam naqueles desenhos que vocês estavam vendo ontem, e ficavam dando um monte de risadas. Reclamilda: Hummm….. será o que estou pensando? Netinha: É, aqueles vídeos* que tinham umas palavras que você disse que eu não podia escutar nem repetir, aí tampou a minha orelha, me dando beijinho na bochecha, mas eu ouvi assim mesmo, aquele moço de chapéu e o outro moço com dodói na barriga falaram bobagem, eu bem escutei. Reclamilda: Ah, sabida! Você está falando da moça de pescoço comprido, que usava óculos e falava um monte(Leia mais)

De volta à Urbe CaRioca – Um Quadro e o Carnaval

Andréa Albuquerque G. Redondo Depois de uma temporada fora do Rio de Janeiro devido a questões pessoais, volto à minha querida cidade natal. Gostaria de não escrever sobre a violência crescente, assunto constante em todos os noticiários, sabido e conhecido aqui e além-mar. Mesmo envolvida com compromissos familiares, pude acompanhar os acontecimentos graças à magia da internet. Melhor evitasse. Dizem que “o que os olhos não veem o coração não sente”, verdade que, infelizmente, não esconde a verdade que massacra o carioca sem dó, psicológica e literalmente: perda de vidas sem distinção de gênero, idade, profissão, classe social – adultos, crianças, nenéns… O que nos resta além de rezar? Só medo, tal é a impotência diante de quadro que fica mais tenebroso a cada dia, o Retrato de Dorian Gray do Século XXI. Se, de longe, os vários eventos por(Leia mais)

Um Natal longe do meu Rio

CrôniCaRioca,  de Andréa Redondo, Natal/2017 Pela primeira vez nas minhas mais de seis décadas de vida, passo o Natal fora da minha cidade natal, o Rio de Janeiro. Circunstâncias me trouxeram a Londres para participar de um outro feliz evento natalino. Tal como em 2013, mais uma vez, meu presente de Natal chegou mais cedo! Aqui, em vez de shorts, biquínis e vestidinhos leves, imperam casacos, cachecóis, gorros e botas. No frio do hemisfério norte Papai Noel deve sentir-se confortável, na roupa vermelha adornada com pele branca! No Rio, só com ar condicionado! O frio não assusta londrinos e visitantes. Nas ruas comerciais de Central London, geladas para o padrão carioca, fervilha o espírito de Natal. Movida pela tradição, hábito, prazer, ou pelo encanto e obrigações que o comércio natalino provoca, a preparação para a Noite Feliz está presente em(Leia mais)

Quando eu era criança – No Rio de Janeiro, um Parque de Diversões e a Praça do Congresso

Uma CrôniCaRioca no Dia das Crianças Com uma postagem sobre um Parque de Diversões que fica na Zona Norte e intitula-se “O parque mais tradicional do Rio de Janeiro”, o geógrafo Hugo Costa – autor de vários estudos e artigos sobre a Zona da Leopoldina, transportou muitos, e a mim, à infância. O Parque Shangai fica no Largo da Penha, bairro da Penha, nas proximidades da Igreja com o mesmo nome, famosa por sua escadaria com 382 degraus, que fiéis sobem de joelhos, pagando promessas. Ao ler sobre a história do Shangai, disponível no site Wikipedia*, descobri, com agradável surpresa, que o parque é muito antigo, e que eu era assídua frequentadora quando funcionava na Quinta da Boa Vista! *Fundado em julho de 1919[2] (a empresa fundadora existe desde 1910)[2] como um parque itinerante, é considerado um dos primeiros parques temáticos do Brasil.(Leia mais)

Sem fios e sem calçadas

Uma triste CrôniCaRioca Andréa Albuquerque G. Redondo, 20/09/2017 Hoje este site urbano-carioca trataria de fiação aérea e pavimentação de calçadas, assuntos que fazem parte da vida do morador da Cidade do Rio de Janeiro no seu dia-a-dia. Impossível. Tombos, estética e perigos causados pelo descaso com detalhes urbanos perdem a importância diante de mais uma onda de violência que cresce a cada minuto no nosso Rio que, dizem, é a Cidade Maravilhosa, ou, quem sabe, tenha sido. Como falar sobre a horrível e embaralhada fiação aérea se ao olharmos para cima vemos primeiro balas – o projétil e não a guloseima – passando sobre nossas cabeças como cometas assassinos em busca do próximo alvo? Como falar sobre calçadas malconservadas, leito de buracos, depressões e ressaltos, quando nossas calçadas ficam manchadas de sangue todos os dias, o passeio é transformado em(Leia mais)

PARABÉNS, CIDADE DO RIO DE JANEIRO!

Cantam os cariocas e o Rio responde, no aniversário de 452 anos da Mui Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro! Os cariocas: Parabéns ao meu Rio, Nesta data querida! Seja cidade inteira, Nunca mais dividida! Parabéns, é seu dia! Chega de violência. Mostre sua alegria, Simpatia e decência! O Rio de Janeiro: Obrigada, meu povo, Juro, vou me esforçar! Quero ajuda, então peço, Vamos colaborar! Os cariocas: Eu prometo, agora, Minha linda cidade, Te tratar com respeito, E com dignidade. No entanto, relembro, A toda autoridade. Não se esqueça da sua, Responsabilidade! Todos: É lindo, é lindo, E mais que sol e mar! É hora, agora, É hora de cantar!

O CARNAVAL E RECLAMILDA PENSANTE

CrôniCaRiocaby Reclamilda Internet Vamos esclarecer de uma vez. Dizem que reclamo. É mentira, calúnia, intriga, por causa do meu nome! Analiso, pondero, contesto, argumento, concordo – ou discordo -, discuto, proponho, sugiro… Mas reclamar? Juro! De nadinha! A questão é que penso demais, e nos últimos tempos assunto em que pensar não falta! Concluo que sou de outro planeta, país, cidade – porque está difícil entender a Terra, o Brasil, o Rio de Janeiro. A cidade pegando fogo, o Estado quebrado, o país, então… Deixa pra lá! Tanta coisa pra resolver e no Carnaval não se pode mais cantar marchinhas! Aquelas antigas, alegres, tradicionais! Acham que tudo é politicamente incorreto, ofende, é preconceito, ô palavra batida! Será que tudo é mesmo preconceito? E se o dito ‘politicamente incorreto’ estiver correto, sem ofensas? Pode ser só questão de gosto, que não(Leia mais)

O MÊS NO URBE CARIOCA – OUTUBRO 2016

Coluna Gente Boa, Jornal O Globo, 22/01/2017 O mês de OUTUBRO começou no blog com uma CrônicaRioca em dois capítulos, uma estória com final feliz, porque também as há no Rio de Janeiro. As esperanças de que o Cinema Leblon fosse preservado, terminaram. As obras de demolição começaram. Restará a fachada emoldurada por um prédio comercial, uma das inúmeras benesses urbanísticas providenciadas pela gestão municipal anterior, após um incompreensível destombamento e a liberação de – sempre ele – o gabarito de altura – para a realização do empreendimento imobiliário no valorizado bairro do Leblon. Hortas urbanas, que podem ser uma excelente iniciativa, surgiram em locais inadequados. Em outubro, foi na Lapa, Centro do Rio, perto dos famosos Arcos da Lapa, monumento histórico protegido pelo instituto do tombamento. Ainda nesse quesito, o Palacete São Cornélio, na Glória/Catete, continua caindo aos pedaços.(Leia mais)

QUE 2017 SEJA UM ANO BOM!

CrôniCaRioca Foto: JAGR, julho 2007 Quando eu era pequena, adolescente e jovem adulta achava graça quando ouvia pessoas perguntando umas às outras: “Onde você vai passar o ‘Ano Bom’?”. A Noite de Natal era a “Noite Feliz” da música que cantávamos na reunião de família com as crianças, mais tarde acrescentada de rocks alegres e sucessos do momento para receber Papai Noel. Já o “Ano Bom”, custei a entender que era apenas a Noite de Ano Novo, a virada do calendário que – data, no final das contas, como outra qualquer – motivo para celebrar a chegada de uma desejada nova época onde tudo seria melhor do que aquela que se encerrava, ao menos era esta a esperança! Não, não era passar o ano que se aproximava inteirinho em algum lugar diferente onde tudo fosse bom durante trezentos e sessenta(Leia mais)

O MÊS NO URBE CARIOCA – AGOSTO 2016

Desenho: Urbe CaRioca Durante o mês de AGOSTO no blog tivemos postagens recordistas e grandes emoções. O Campo de Golfe dito olímpico frequenta estas páginas virtuais desde o final de 2012 e parece delas não querer sair! Em agosto os comentários foram muito além de capivaras e tacadas. O Clube Flamengo voltou à berlinda. Aproximando-se o dia da concessão da licença de obras – que aconteceria em dezembro conforme já divulgado – teve início outra polêmica, dessa vez sobre o corte de árvores antigas que ficam dentro do terreno do clube. A abertura das Olimpíadas, amemo-las ou não, foi linda, mas o período trouxe também muitos trambolhos para a paisagem urbana carioca, inclusive no prédio abandonado justamente do Clube Flamengo, no bairro de mesmo nome! A maioria foi retirada, mas alguns parecem eternos: por exemplo, a estrutura gigantesca montada nas(Leia mais)

O TÁXI, O MOTORISTA, A MALA, E O FINAL FELIZ – PARTE 2

CrôniCaRioca “Há 40 minutos esqueci uma mala de mão vermelha no chão de um táxi, na frente do banco do carona. Ele me trouxe do Hospital (X) até bairro (X). O táxi não é de cooperativa, é modelo SPIN, motorista é um homem jovem, talvez 45 anos, cabeça raspada, e, no papo, me disse que mora em São Cristóvão. Há documentos importantes dos quais preciso. Agradeço por toda ajuda.” Internet PARTE 2 – PERDIDOS E ACHADOS DE VÁRIAS NATUREZAS Depois do susto, o que fazer? Como encontrar o taxista silencioso? “Era um táxi sem nome, de motorista autônomo do qual eu não sabia o nome. Vídeos das câmeras de segurança para procurar a placa do carro só poderiam ser vistos no dia seguinte”. Com a ajuda da ala jovem da família, fomos às redes sociais via perfil, isto é, a(Leia mais)

O TÁXI, O MOTORISTA, A MALA, E O FINAL FELIZ – PARTE 1

CrôniCaRioca Proposta de novo “bigorrilho” apresentada à Prefeitura, felizmente não aprovada. PARTE 1 – O SUSTOAtabalhoada, chamei o táxi. Sacolas, bolsas, e a malinha vermelha que me acompanhava há dias. Preocupações e cansaço em excesso impediam raciocinar bem.  Havia pontos de táxis por perto. Exausta, preferi buscar na rua ao lado, início de um trajeto mais curto. Foi o primeiro que surgiu. Hesitei quando notei que não havia identificação na lateral traseira do amarelinho, coisa que só se sabe depois de chamar o táxi. Gentil, o motorista me ofereceu colocar a mala pesada à frente do banco do carona, no chão do carro. Aceitei, entrei, escolhi o caminho.Em geral converso pouco com alguns motoristas, mais um pouco com os que gostam de trocar ideias, se coincidir que ambos – ele e eu – estejamos dispostos. Gosto de perguntar onde esses(Leia mais)