De Mário para Duda

Inspirados em Elio Gaspari, jornalista em constante sintonia com o Além, Orlando de Barros e Andréa Redondo, cientes da preocupação de uma figura ilustre em relação ao Centro do Rio, entraram em contato com o Céu dos Poetas e sugeriram que o prestigioso autor se manifestasse. Boa leitura. Urbe CaRioca   Orlando de Barros e Andréa Redondo Caro Duda, Espero que esta missiva o encontre bem. Saiba que tratá-lo pelo apelido é carinho, jamais desrespeito. Pela minha idade comparada à sua – menino cuja carreira acompanho desde cedo, sinto-me à vontade para recordar como era conhecido durante seus primeiros passos na política. Era o despontar de um futuro promissor. Isso esclarecido, vamos ao ponto. Batizar a praça localizada no Centro do Rio de Janeiro com meu nome depois que parti, foi um presente a este então nonagenário. Gostei da justa(Leia mais)

Autoridades precisam sentir na pele o caos no transporte, por Andréa Redondo

Por Andréa Redondo – O Globo Link original Passageiros permanecem durante horas em ônibus lotados, ruidosos e abafados, no ‘Rio 40 graus’ de Fernanda Abreu No filme francês “Entre dois mundos”, a personagem interpretada por Juliette Binoche é escritora, fato de que o espectador ganha ciência no avançar da projeção. Para escrever sobre as dificuldades da classe trabalhadora francesa, decide viver sua realidade. Muda-se de Paris para uma cidade portuária e, sob nome falso, emprega-se como faxineira. O trabalho exaustivo intensifica-se quando passa a integrar a equipe noturna dedicada a limpar, em tempo exíguo, cabines da balsa que transporta passageiros entre a França e a Inglaterra. O livro a ser escrito exporá as condições precárias a que mulheres se submetem para sobreviver com parcos recursos vindos do trabalho honesto. O paralelo com a situação enfrentada por cariocas e fluminenses no(Leia mais)

Tombamento: a desconstrução do instituto pelos órgãos de preservação?, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello aborda a questão do tombamento de bens públicos municipais e sua relação com áreas de proteção federal, fazendo uma profunda análise não apenas sobre a formalização jurídica desses tombamentos, mas também a importância da proteção integrada. São destacados dois casos emblemáticos de bens tombados, alvos de mobilização popular no Rio de Janeiro e que envolvem as mutilações do Pão de Açúcar e do Jardim de Alah, ressaltando os impactos legais e sociais da preservação de espaços históricos e culturais, com ênfase na necessidade de coerência entre normas municipais e federais. Urbe CaRioca Tombamento: a desconstrução do instituto pelos órgãos de preservação? Os casos das mutilações do Pão de Açúcar e do Jardim de Alah, no Rio No Rio de Janeiro,(Leia mais)

Rio de Janeiro histórico: dez igrejas tombadas que guardam arte, fé e música

O Rio de Janeiro não guarda apenas as paisagens que lhe renderam fama mundial. Em meio ao Centro da cidade, a poucos passos de distância, estão algumas das mais belas igrejas do Brasil, verdadeiros testemunhos de quase quatro séculos de história. Entre talhas douradas, azulejos portugueses, pinturas ilusionistas e esculturas de mestres do período colonial, esses templos são mais do que espaços de fé: são guardiões da memória artística, cultural e política do país. Visitar essas igrejas é percorrer um roteiro que vai do barroco exuberante ao refinamento do rococó e à sobriedade neoclássica, passando por episódios marcantes como coroações imperiais, milagres populares e manifestações religiosas que moldaram a identidade do Rio. Além da riqueza arquitetônica e das obras de arte, muitos desses espaços oferecem visitas guiadas e concertos, transformando cada parada em uma experiência única de contemplação e aprendizado.(Leia mais)

Zona da Leopoldina: do desejo da classe média ao abandono, de Hugo Costa

Neste artigo, o geógrafo Hugo Costa destaca que a Zona da Leopoldina, que nos anos 1980 figurava como objeto de desejo da classe média carioca, é hoje um retrato vívido do abandono urbano. Naquele período, a região atraía investimentos privados e publicidade de peso — como o icônico comercial estrelado por Xuxa e Pelé, promovendo apartamentos com piscina, sauna e vista para a Igreja da Penha. Quase quatro décadas depois, a realidade mudou drasticamente: os imóveis se fecham, muitos são abandonados, e a população migrou para outras áreas da cidade, transformando a Leopoldina em uma espécie de “cidade fantasma” dentro da metrópole. O autor revela que essa transformação não ocorreu de forma isolada, mas refletiu décadas de políticas públicas inconsistentes e de investimentos concentrados em outras regiões do Rio de Janeiro. Planos diretores e estratégias urbanísticas sucessivas, de 1992 a(Leia mais)

Forte de Copacabana: Perigo à vista

Não nos surpreenderá o surgimento de um projeto de ocupação estranha ao Forte de Copacabana. Há alguns anos cogitou-se construir ali um hotel de luxo, ideia logo descartada por estapafúrdia. A notícia reproduzida abaixo surge na esteira de um decreto do Prefeito do Rio sobre licenciar na região do Arpoador apena projetos ligados ao turismo. Especulou-se que seria reserva de mercado devido a estar em negociação a venda do antigo Colégio São Paulo. Haverá algo além? É curioso ter sido chamado o mesmo arquiteto autor do projeto polêmico para ampliar as construções no alto do Pão de Açúcar, incluindo a famigerada Tirolesa. Sendo a cidade administrada por quem destombou o cinema Leblon, destrói e estupra uma belíssima área pública – também tombada – da importância e magnitude do Jardim de Alah, enquanto cuida de cascas de tangerina midiáticas no BRT,(Leia mais)

Centro do Rio: O Bom e o Mau

Ou, o Bem e o Mal O debate sobre o futuro do Buraco do Lume, no Centro do Rio, ganhou força após o lançamento de uma campanha contra a construção de um condomínio no local. A proposta, duramente criticada por movimentos sociais e parlamentares, é vista como um risco para a preservação do espaço histórico e simbólico da cidade, que há décadas funciona como palco de manifestações políticas e culturais. A mobilização busca impedir que o interesse imobiliário se sobreponha ao direito coletivo de manter áreas públicas vivas e acessíveis à população. Não há qualquer justificativa plausível para transformar um espaço de referência em mais um empreendimento privado. O Lume  simboliza resistência, memória coletiva e vida pública em uma cidade que já sofre com a falta de áreas de encontro e expressão. Avançar com esse projeto seria uma afronta ao(Leia mais)

Ponte em Petrópolis, RJ, perto da urbe carioca

Divulgamos informação recebida sobre antiga ponte que liga a BR-040 à Estrada Washington Luiz, antiga União e Indústria, na altura de Itaipava, distrito do município de Petrópolis. Consta que a estrutura oferece riscos. Urbe CaRioca Ponte do Arranha-Céu continua em risco e precisa ser prioridade na nova concessão da BR-040, cobra Unita Associação reivindica intervenção imediata há um ano A liberação do tráfego de veículos de até 20 toneladas na Ponte do Arranha-Céu, em Itaipava, pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), não foi suficiente para reduzir a preocupação da Unidos por Itaipava (Unita). A entidade reforça que, sem barreiras físicas adequadas e fiscalização constante, o risco à estrutura permanece e cobra da nova concessionária da BR-040 a antecipação da duplicação da ponte, prevista originalmente apenas para 2028. A mudança anunciada pelo DNIT ocorreu logo após  audiência promovida pelo(Leia mais)

Buraco do Lume: da praça do povo ao espigão da especulação

O anúncio publicado no O Globo desta quarta-feira de que o “Buraco do Lume” — tradicionalmente parte da Praça Mário Lago, usada coletivamente ao longo de décadas — dará lugar ao maior residencial do programa Reviver Centro, com 720 apartamentos, confirma um movimento persistente de apropriação do espaço público em prol de interesses imobiliários. Esse terreno era de propriedade governamental na origem como toda a área resultante do desmonte do Morro do Castelo no início dos anos 1920. A análise dos projetos de urbanização para o local mostra que havia a intenção de deixá-lo livre unido a áreas vizinhas situadas entre o Largo da Carioca e a Praça XV de novembro, inclusive o trecho onde foi construído o Terminal-Garagem Menezes Cortes, lá previstos uma praça e garagem subterrânea. Com as mudanças ao longo de um século, o vai-e-vem entre proprietários,(Leia mais)

Mobilidade urbana em duas visões: o Rio de Janeiro

No último dia 14, o artigo do arquiteto Sérgio Magalhães publicado no jornal O Globo passeia pelos problemas da (des) mobilidade urbana que assola as cidades brasileiras. Traz-nos o exemplo de um projeto a ser implementado na Bahia e nos transporta de volta à Cidade do Rio de Janeiro junto com o sofrimento diário da população na cidade e na Região Metropolitana em BRTs, Metrô e nos trens da Supervia. Enquanto se anunciam novas Linhas de VLT – “um bom modal” nas palavras do articulista – hoje praticamente um trenzinho de brinquedo que enfeita a cidade e não pode ser classificado como transporte de massa – não menciona os ônibus barulhentos, carcaças sobre chassis de caminhão, talvez por ser tema conhecido. Em contrapartida, o Prefeito do Rio, apoiador e coadjuvante da falsa Linha 4 do Metrô que já condenou o(Leia mais)

A mágica do prefeito

Um passe de mágica chamado leis que desrespeitam leis. Onde a legislação determina altura máxima de 12m – o que comporta quatro andares em prédio não afastado das divisas – a soma de Reviver Centro, Mais-Valia e Mais-Valerá produz um prédio de oito andares. A imagem da reportagem online  mostrava o edifício inteiro. Foi substituída por detalhe apenas dos níveis superiores da futura construção. O truque ilusionista – real explica o boom imobiliário em Ipanema sem a elaboração do respectivo Projeto de Estruturação Urbana, como devido. Urbe CaRioca Opportunity bate meio bilhão em projetos de ‘estúdios’ na Zona Sul do Rio Por Rennan Setti – O Globo Link original O Opportunity Fundo de Investimento Imobiliário vai lançar seu oitavo projeto residencial com foco em estúdios na Zona Sul do Rio, em uma aposta no potencial turístico e no apetite de(Leia mais)