As polêmicas que envolvem o Estádio de Remo da Lagoa já duram algumas décadas. A mais recente surgiu após a divulgação de um projeto para construir arquibancadas flutuantes sobre o espelho d’água da Lagoa Rodrigo de Freitas – Bem Cultural Tombado – diante de necessidade alegada devido às competições durante a realização dos Jogos Olímpicos. A proposta foi descartada, ao que consta, por falta de recursos.
Agradecemos a Alessandro Zelesco – ex-presidente da Federação de Remo do Estado do Rio de Janeiro – FRERJ (2007-2009) – pelo envio do artigo e das respectivas ilustrações, que relatam a história do Estádio de Remo e das modificações na destinação principal daquele equipamento esportivo ao longo do tempo.
Neste link pode ser conhecido o Projeto de Revitalização do Estádio de Remo da Lagoa elaborado pela FRERJ como contribuição ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, em 2009. Aqui estão links para outros artigos deste blog sobre a estrutura dita provisória construída sobre a segunda arquibancada há cerca de três anos, e que continua lá.
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No dia 22 de março passado, “Dia Mundial da Água”, o Movimento SOS_EstadiodeRemo participou do Debate Público promovido pelo vereador Renato Cinco sobre a ausência do prometido legado ambiental dos Jogos Olímpicos de 2016.
No caso do Estádio de Remo da Lagoa, o legado – ou “não-legado” – ambiental, esportivo e arquitetônico-paisagístico se confundem. Há uma necessidade premente de resgatar todos estes aspectos para que efetivamente haja ali um legado de valor. Trata-se de um equipamento esportivo público que desde sua inauguração vem sofrendo sucessivos ataques de quem mais deveria cuida-lo: o próprio poder público. O processo culminou com sua privatização em 1997 e consequente descaracterização arquitetônica, um verdadeiro crime de lesa-patrimônio.
O melhor legado para o Estádio seria a correção dos sucessivos erros históricos cometidos pelos gestores públicos. Por incrível que possa parecer, o futuro do Estádio de Remo está no resgate de seu passado.
O equipamento foi projetado como um Centro Náutico, para uso diário em prol do desenvolvimento do remo e não apenas esporádico, ou mensal, para assistência de regatas – arquibancada. Durante sua construção, foi promulgada a Lei 905/1957, ainda em vigor, que destina o Estádio para uso da Federação de Remo. Portanto, é uma área pública afetada ao esporte, e nunca poderia ter sido privatizada para outros fins.
O projeto original do Estádio, de 1954, previa 14 boxes ou garagens de remo, que nunca foram construídas na sua totalidade. Após 20 anos sem garagem alguma, em 1974 foram construídas as oito garagens existentes, que há muito se mostram insuficientes para comportar a expansão do remo no local. Leia mais