O serviço do elevador

A notícia diz que os elevadores dos edifícios não poderão mais usar a expressão “de serviço”. É considerado discriminatório. Acredito que o senhor prefeito não saiba para que serve um elevador de serviço. Há muito tempo não existe o elevador de serviçais. As pessoas usam o elevador que quiserem ou escolhem aquele onde se sentem mais à vontade. Se alguém for impedido de usar o elevador eleito, caberá reclamar com o responsável pela atitude indevida. Nos dias de hoje com as facilidades disponibilizadas pela televisão, pelas redes sociais, além das informações via internet, a população está suficientemente esclarecida a respeito. Causa estranheza que em nossa cidade, com tantos problemas, os governantes percam tempo (ou gastem) para criar inutilidades. Sujeitar os condomínios a multas caso mantenham as placas com a denominação, beira a insanidade. Ou o senhor criará o cargo de(Leia mais)

Livros e um cafezinho

Andréa A. G. Redondo Livraria e Café. Combinação irresistível. Conheci-as em Boston, início dos 1990. Encantei-me. Cidade antiga, espírito jovem, universitários alegres, livrarias lotadas. Passei a desejar o mesmo para o Rio de Janeiro. Preces atendidas, logo surgiram, uma após a outra. Várias na área central, coração da cidade, e nos centros de compras, templos do consumo, os nossos shoppings. Nas ruas atraíam movimento: Letras e Expressões, Saraiva, Travessa, Galileu, Fnac, Cultura, muito tempo depois das veteranas Leonardo da Vinci e, sem o cafezinho nos primórdios, por certo, a tradicional Argumento. Nas pequenas cheias de charme o dono amante dos livros papeava e mostrava as novidades, como se vê nos filmes. Para assuntos técnicos havia que ir ao Centro. No meu Rio de altos e baixos o ciclo das livrarias foi um respirar de esperança, incentivos à leitura disseminados junto(Leia mais)

Lajes da Rocinha são transformadas em hortas para gerar alimento e renda

Publicado originalmente no Jornal do Brasil Áreas subutilizadas e ociosas da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro, aos poucos estão sendo transformadas em espaços verdes, produtivos e sustentáveis. Foi com esse desejo que, em 2017, o empreendedor social Flávio Gomes, morador da comunidade, começou a ensinar para cerca de 70 crianças práticas de compostagem, plantio de alimentos, ações de sustentabilidade e reciclagem na esperança de poder levar uma horta para cada uma delas. A partir de 2018, Flávio passou a desenvolver um projeto educativo chamado Horta na Favela, envolvendo a comunidade. Foram construídas quatro hortas em lajes da favela e uma composteira, que já transformou em adubo orgânico mais de 100 quilos de resíduos. Flávio compartilha seus ensinamentos e atividades nas redes sociais e diz acreditar que no futuro, irá retirar da favela toneladas de lixo e transformar(Leia mais)

Plano Diretor voltará à pauta em agosto: alguns comentários

A Câmara Municipal do Rio de Janeiro aprovou nesta quarta-feira, dia 28 de junho, o Projeto de Lei Complementar 44/2021, que atualiza o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável da cidade. O projeto recebeu 236 emendas do Poder Executivo, das quais 186 foram aprovadas com 39 votos favoráveis e 7 votos contrários. A matéria voltará à pauta em agosto, quando serão discutidas as emendas propostas pelos parlamentares. Conforme destacado no O Globo, o maior desafio da lei, após quase dois anos de intensas discussões, consiste em conter o crescimento desordenado. Entretanto, dentro do pacote enviado pelo Executivo aos vereadores, um artigo preocupa moradores de Botafogo e Humaitá, na Zona Sul do Rio, onde congestionamentos são constantes: o plano prevê liberar nesses bairros a instalação de hospitais com internação, o que está proibido desde 1980. De momento cabem três observações sobre a(Leia mais)

Descaso com o patrimônio e o furto de gradil histórico em São Cristóvão

Nada parece coibir os contantes episódios criminosos contra o patrimônio histórico na Cidade do Rio. Os registros atravessam os anos diante da posição cabisbaixa e passiva das autoridades e gestões não tão competentes. Dessa vez, publicação de O Globo, pasmem, cem metros de gradil histórico fundidos foram furtados no bairro imperial de São Cristóvão. Mas o ocorrido não se deu do dia para noite. Segundo testemunhas, os criminosos agem em doses quase que homeopáticas desde o ano passado ! Estariam os responsáveis por efetivamente agirem contra esse quadro lastimável que atenta contra o patrimônio público aguardando fechar a medida certa de um quilômetro ? Ironia à parte, vale destacar que a Prefeitura, recentemente, através da Secretaria de Ordem Pública (Seop) e a Subprefeitura da Grande Tijuca, iniciou ações de interdição e demolição de ferro-velhos ilegais, prováveis redutos de compra de(Leia mais)

Epa, epa, epa! Não é bem assim, senhor prefeito, de Antônio Sá

Neste artigo publicado originalmente no Diário do Rio, o ex-subsecretário de Assuntos Legislativos e Parlamentares do Município do Rio de Janeiro Antônio Sá questiona a fala recente do prefeito Eduardo Paes em sua rede social em relação a pagamentos a servidores municipais, ocasião na qual afirmou que o prefeito “paga calote de antecessor, dá reajuste anual, paga no segundo dia útil do mês, antecipa metade do décimo terceiro e garante todos os direitos dos servidores”. Urbe CaRioca Epa, epa, epa! Não é bem assim, senhor prefeito Antônio Sá Diário do Rio – Link original No dia 15 de junho de 2023, o senhor prefeito Eduardo Paes publicou um tweet com o seguinte texto: ”Todos os servidores do município receberão seu acordo de resultados relativos ao ano passado esse ano. Aliás, com esse prefeito aqui a gente paga calote de antecessor,(Leia mais)

Jardim de Alah no Rio: uma concessão sem projeto. Pode?, de Sonia Rabello

Neste artigo, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, a professora e jurista Sonia Rabello afirma que a proposta de “Concessão de Uso e Gestão” do Jardim de Allah, parque público de uso comum do povo, é mais um atropelo urbano-paisagístico, e também jurídico, da administração da Cidade do Rio e destaca que “o erro capital da proposta é que se está licitando a concessão de uso e gestão da área pública sem qualquer planejamento ou projeto básico urbanístico-ambiental previamente estudado, escolhido mediante concurso público, e apresentado ao Poder Público e à população da Cidade”. Urbe CaRioca Jardim de Alah no Rio: uma concessão sem projeto. Pode?   Sonia Rabello Link original A proposta de “Concessão de Uso e Gestão” do Jardim de Alah, parque público de uso comum do povo, é mais um atropelo urbano-paisagístico, e(Leia mais)

Reviver Centro: um trator disfarçado de turbina, de Luciana Boiteux

Em artigo publicado originalmente no site Diário do Rio, a professora licenciada da Faculdade Nacional de Direito/UFRJ e vereadora Luciana Boiteux questiona os verdeiros beneficiados pelo projeto de alteração do programa Reviver Centro, que será brevemente colocado em votação na Câmara de Vereadores do Rio. Segundo a parlamentar, a proposta que apresenta “facilidades para a construção em áreas mais lucrativas da cidade já concedidas pelo plano original”, vigente desde junho de 2021 não consiste em uma ação inocente que tem como público-alvo os moradores da cidade, mas oferecer ainda mais vantagens para as empreiteiras sob a justificativa de que estaria norteada pelo benefício coletivo. O posicionamento da professora alinha-se ao que tem sido sido trazido à tona nos últimos anos pelo Urbe CaRioca, uma vez que é notório que o Reviver Centro serviu para liberar gabaritos na Zona Sul. Mas(Leia mais)

Jardim de Alah receberá “abraço” contra a sua descaracterização e atual projeto de concessão

Em continuidade à discussão sobre o lançamento de edital pela Prefeitura do Rio para a concessão do Jardim de Alah através de Parceria-Público-Privada, reproduzimos abaixo a notícia publicada na edição online do Jornal do Brasil sobre a manifestação dos moradores que será realizada no próximo domingo, dia 18 de junho, diante  da grande preocupação referente à manutenção das características originais do espaço para quem seja o vencedor da licitação – em tese para a realização de obras com vistas à revitalização da área. No próximo domingo, cariocas de várias localidades darão um abraço simbólico no Jardim de Alah, a partir das 10h, entre a Rua Prudente de Moraes e a Avenida Vieira Souto. Na convocação, eles afirmam que não são contra uma concessão, mas contra o atual modelo. Urbe CaRioca Cariocas organizam ‘abraço’ ao Jardim de Alah em protesto contra atual(Leia mais)

Uma lanchonete em meio aos mortos

No último dia 9 de junho, divulgamos a carta do leitor André Decourt de Amorim Costa, publicada no jornal O Globo, na qual relatou a construção de uma estrutura para a instalação de uma lanchonete na aleia principal do Cemitério São João Batista, cujo portão é bem cultural tombado pelo município. “Trata-se de uma lanchonete de uma das franquias de mate e salgados, construída no meio do cemitério e bloqueando túmulos de vários militares mortos na Guerra do Paraguai, ou seja, os primeiros enterros no cemitério no século XIX”, destaca o leitor. As fotos acima foram tiradas nesta terça-feira, dia 13 de junho, e mostram a incoerência de uma incompreensível construção de tal natureza em uma espaço silencioso que acolhe com dignidade aqueles que por ali passam para homenagear os seus entes queridos. Sem dúvida, deve haver lugar nos salões(Leia mais)

O vale-tudo é a regra, de Sérgio Magalhães

Publicado no jornal “O Globo”, edição desta segunda-feira, artigo do arquiteto Sérgio Malhães. Vale a leitura ! Urbe CaRioca O vale-tudo é a regra Sob o ponto de vista das cidades, os movimentos de junho de 2013 terão sido inexistentes? Por Sérgio Magalhães – O Globo Link original Decorridos dez anos dos movimentos de junho de 2013, busca-se avaliar suas consequências na política e na vida nacionais. Nesta década, o país viveu uma Copa, uma Olimpíada, uma Lava-Jato, uma pandemia e uma sucessão de turbilhões na política, inclusive tentativa de golpe de Estado. A economia brasileira despencou: o PIB caiu 25% (entre 2013-2019, sem pandemia), a renda per capita caiu 28%. E as cidades, foco dos movimentos, como ficaram? No calor das manifestações, a então presidente da República propôs um pacto nacional para melhorar a qualidade de vida urbana com(Leia mais)