
O VELOTRÓL* Sou o Velotról. Tenho pouco mais de quarenta anos, um indivíduo de meia-idade, pode-se dizer. Sou forte, resistente. Valente, modéstia à parte. Na época em que nasci, os humanos nos fabricavam com carinho, mais cuidado, esmero. Meus contemporâneos e outros amigos éramos feitos para durar, atravessar gerações. Sabíamos que dificilmente ficaríamos abandonados quando nossos donos crescessem. E assim aconteceu comigo. Mal liberado pelos meus donos originais – os que me fabricaram – fui adotado por duas meninas, irmãs de 2 e 4 anos. A mais velha logo aprendeu a lidar comigo. Brincava e pedalava por toda a casa. A menorzinha se divertia enquanto os pais a seguravam ao tempo em que me empurravam. Era engraçado. Eles riam e reclamavam de dor nas costas. A pequena gargalhava! Mas, logo fiquei triste. As meninas não moravam naquela(Leia mais)