A GARAGEM POULA, de Luiz Eduardo Pinheiro

  BEM TOMBADO MUNICIPAL – RIO DE JANEIRO   GARAGEM POULA – Imóvel Rua Gomes Freire, 306, 306-A e Rua do Senado, 57/59 Decreto nº 6.606 de 05/05/87 – DOM de 06/05/87 Era uma vez um imóvel tombado chamado GARAGEM POULA, situado na Avenida Gomes Freire.   Era uma elegante e antiga garagem de cocheiras que teimava em permanecer na cidade!   O processo de abandono do imóvel começou lá pelos anos 1990.   Na primeira década do século XXI a empresa WTORRE o adquiriu como parte do entorno do seu empreendimento erguido na Rua dos Inválidos.   Começaram a tratá-lo como um depósito de obras e demoliram quase sua totalidade.   Sobraram cacos. Talvez irrecuperáveis.   Restauração?   Ninguém comenta a respeito, ninguém o exige.   Quando não houver mais nada a fazer, o choro dos hipócritas inundará as páginas(Leia mais)

Adeus, Cinema Leblon !

Cinema Leblon. Sem letreiro. Sem filme. Foto: Urbe CaRioca, 16/11/2015 O Cinema Leblon, como existe desde 1951, não haverá mais. A construção protegida pela primeira Área de Proteção do Patrimônio Cultural da Zona Zul do Rio de Janeiro, a APAC – Leblon, foi “destombada” pelo Prefeito do Rio, em ação oposta a uma das promessas de campanha: manter as APACs. Um grave precedente.   É verdade que tombamento e preservação não garantem a permanência de atividades comerciais. Mas também é inegável que a manutenção das edificações permite que outras medidas colaborem para a longevidade daquelas ou de usos similares. Coluna Gente Boa 18/11/2015 Cine Leblon fecha as portas para obras que começam em janeiro (…) As obras do novo complexo — que prevê a construção de um edifício de seis andares, três salas de cinema, livraria e restaurante — começam(Leia mais)

CRUZ VERMELHA: EM SOCORRO DA APAC

Infelizmente não é a instituição de mesmo nome que sai em socorro da APAC. Muito pelo contrário. Em SEMPRE O GABARITO – A VEZ DA CRUZ VERMELHA, comentamos a estranha proposta de várias comissões da Câmara de Vereadores para aumentar índices construtivos da Avenida Henrique Valadares e da Rua da Relação, trecho do Centro do Rio abrangido pela Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC da Cruz Vermelha, onde o gabarito de altura e o volume dos novos prédios são definidos pelo Plano Diretor da cidade (área máxima de construção) e pelos critérios de proteção dos bens culturais preservados e tombados. A jurista e professora Sonia Rabello analisou a questão no último dia 08 em artigo contundente, cuja leitura é imprescindível. Abaixo, trecho de ‘Tiro no pé: Câmara do Rio propõe alteração urbanística sem estudo e sem plano’. Bem,(Leia mais)

SEMPRE O GABARITO – A VEZ DA CRUZ VERMELHA

O Projeto de Lei Complementar nº 120/2015 pode ser aprovado a qualquer momento pela Câmara de Vereadores. O objetivo é mudar o Zoneamento e aumentar gabaritos de altura e potencial construtivo na Avenida Henrique Valadares e na Rua da Relação, entre a Praça da Cruz Vermelha e a Rua do Lavradio. O tema não deveria surpreender: benesses para o mercado imobiliário têm sido sistemáticas nos últimos anos, desde a edição do PEU Vargens, do Plano Diretor Frankenstein, e várias leis urbanísticas aprovadas ou em tramitação. Mas, surpreende. Desta vez os edis pretendem modificar expressivamente normas urbanísticas criadas para proteger a ambiência de imóveis preservados e tombados que integram a Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC da Cruz Vermelha, Centro e parte da Lapa. Nas quadras em questão as alturas máximas permitidas são de 12,50m e 40,00m, equivalentes a(Leia mais)

O GABARITO DO TERRENO SITUADO NA APAC JARDIM BOTÂNICO

Lei Complementar nº 111/2011 – PLANO DIRETOR Das Áreas de Proteção do Ambiente Cultural Art. 135. Entende-se por Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC, o território de domínio público ou privado, que apresenta conjunto edificado de relevante interesse cultural, cuja ocupação e renovação devem ser compatíveis com a proteção e a conservação de sua ambiência e suas características sócioespaciais identificadas como relevantes para a memória da cidade e para a manutenção da diversidade da ocupação urbana constituída ao longo do tempo. § 1º A Área de Proteção do Ambiente Cultural sobrepõe-se às zonas e subzonas, podendo estabelecer restrições volumétricas e de utilização para os bens e espaços públicos nela contidos. § 2º Todos os imóveis e espaços públicos situados em APAC serão tutelados pelo órgão executivo do patrimônio cultural. A Área de Proteção do Ambiente Cultural do bairro(Leia mais)

APAC – BOTAFOGO, UM GRAVE PRECEDENTE ESTÁ A CAMINHO

Está em tramitação na Câmara de Vereadores o Projeto de Lei nº 1827/2008, de autoria do vereador Adilson Pires, que propõe retirar o imóvel situado na Rua Álvaro Ramos nº504 – Botafogo, da listagem de bens preservados pelo decreto que criou a Área de Proteção do Ambiente Cultural – APAC de Botafogo em 2002. Segundo as normas vigentes o prédio existente, que tem três andares, pode ser totalmente modificado e remodelado por dentro, e mantidos a fachada e telhado com suas características originais, sob orientação do setor de patrimônio cultural do município. Ao contrário do mencionado na justificativa apresentada pelo autor, o imóvel não é tombado, mas, classificado como preservado no conjunto da APAC daquele bairro. Tampouco se trata de uma ruína, como afirmado. Caso seja retirado da listagem a construção poderá ser demolida e substituída por um prédio residencial com(Leia mais)

S.O.S. PATRIMÔNIO CULTURAL – AUDIÊNCIA PÚBLICA NA ALERJ EM 11/05/2015

O grupo S.O.S. Patrimônio Cultural foi criado na rede social Facebook em 22/06/2014, como desdobramento de outro grupo também atuante, o Rio Antigo.  Ambos difundem o Patrimônio Cultural da cidade e defendem a preservação da memória urbana, tanto através do resgate de histórias e imagens antigas, quanto pela manutenção da história viva contada pelas construções e paisagens que atravessaram gerações. Membros do grupo fizeram um levantamento de bens abandonados e degradados que necessitam de cuidados imediatos – com 40 inicialmente, a lista já atinge o triplo e contém imóveis de outros municípios fluminenses – com o intuito de levar o problema a vereadores e deputados, para discutir políticas públicas e buscar ações pela preservação e restauro de bens culturais, e providências emergenciais. O convite para uma reunião da Comissão de Cultura da Alerj gerou a audiência pública marcada para 11/05/2015,(Leia mais)

Sonia Rabello – OBRAS PÚBLICAS INACABADAS SÃO IMPREVISIBILIDADES PLANEJADAS: BANCO CENTRAL E UFRJ

METROS QUADRADOS BORBULHAM, ouA DONA DE CASA SABE MAISOutro exemplo prova que a lei não poderá ser aplicada:o volume maior escapa dos limites do volume menor.A dona de casa sabe o que os vereadores não sabem.Ilustração de Nelson Polzin, criada em 2012 especialmente para o artigo sobre o novo gabarito do Banco Central. A notícia sobre a paralisação de diversas obras federais (O Globo 30/03/2015) e o artigo de Sonia Rabello a respeito publicado em seu site no mesmo dia nos remetem a um posts de junho/2012, quando comentamos que estava em vias de ser aprovada uma nova lei urbanística que mudaria – pela segunda vez em pouco tempo – os parâmetros construtivos para o terreno onde seria construída a nova sede do Banco Central, mudança que desconsiderou – de novo – os critérios para edificar fixados antes pela norma(Leia mais)

Artigo: O CINEMA E AS ORQUÍDEAS, de Cleia Schiavo Weyrauch

Leblon, Rio de Janeiro – Foto: O Globo Publicamos várias análises sobre o ocaso e o caso Cinema Leblon. Para conhece-los, basta usar os marcadores “Cinemas”, “Leblon”, “Demolição”, “Tombamento”, “Patrimônio Cultural”, e “APAC”, entre outros. Em O Cinema e as Orquídeas, a autora nos presenteia com mais um texto: nele lança um olhar verdadeiro e poético sobre a provável demolição do prédio singelo que ainda marca a paisagem do bairro e contribui para a vida urbana mais saudável.Em contrapartida à devastação do parque ecológico e ao destombamento do cinema, Cleia Schiavo traça paralelos e nos recorda de ações positivas para cidade, justamente trazendo a natureza para a paisagem urbana. Boa leitura. Urbe CaRioca Cinema Leblon – Avenida Ataulfo de Paiva nº 880 – LeblonImagem: Internet O cinema e as orquídeas Cleia Schiavo Weyrauch * Em tempos de revolta urbana onde o(Leia mais)

PRÉDIOS CARIOCAS: VALOR CULTURAL E VALOR COMERCIAL, EIS A QUESTÃO

Entre os prédios mostrados abaixo, construções feitas especialmente para receber CINEMAS na cidade do Rio de Janeiro, quais foram considerados ou desconsiderados como detentores de valor cultural para memória urbana viva da cidade? Quais foram recentemente tombados ou destombados? Resposta mais adiante. 1 2 3 4 5 6 Dessas construções – que abrigaram ou ainda abrigam antigos cinemas em bairros cariocas – uma foi alvo de grande polêmica noticiada pela imprensa e analisada em várias postagens neste blog. A seguir as mesmas imagens com indicação dos locais respectivos e os valores para compra e venda de imóveis conforme o bairro. 1 – Cine Vaz Lobo – Estrada Vicente de Carvalho nº 4 – Vaz Lobo R$3.366,00/m² (Madureira) e R$3985,00 ( Irajá)Imagem: Guilherme Leporace – Fonte: Skyscrapercity set. 2014 2 – Cine Bruni Méier – Rua Amaro Cavalcanti nº 105 – Méier R$5.299,00/m²Imagem: Sérgio Lima, 1989(Leia mais)

Cinema Leblon reaberto e o dedo do Estado

  _Ué! O cinema está funcionando? Mas tinha fechado! _É, mas abriu… _Por que fechou? _(…Silêncio e dar de ombros). _Por que abriu? _Porque o prefeito mandou. Diálogo entre senhorzinho que passeava pelo  Leblon e um funcionário do cinema recém-aberto. Cinema Leblon, julho 2014 Foto: Urbe CaRioca O Grupo Severiano Ribeiro cumpriu a palavra. Após reunião entre ditos representantes de algumas instituições com o prefeito do Rio e este anunciar que interviria no caso – para evitar o encerramento da atividade deficitária, motivo alegado pelos proprietários – no último dia 17 o cinema reabriu as portas cerradas cerca de duas semanas antes (reportagem a respeito – Jornal O Globo, 08/07/2014). Depois do suposto aluguel para uma loja de roupas femininas, do espaço onde funciona o Cinema Leblon, como já explicado neste blog, os donos dispõem-se a manter a atividade em funcionamento(Leia mais)

A VEZ DE SÃO CRISTÓVÃO: CONSTRUÇÕES EM ZONA DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

A enxurrada de gabaritos de altura e aumento de potencial construtivo para a Cidade do Rio de Janeiro não para.Como já dizia o primeiro ‘poeminha’ da especulação imobiliária (de 2010, publicado no blog em junho/2012) Todo Dia Tem Benesse. Decisões ora inseridas no falso mote “Tudo é pra Olimpíada” ou sob a justificativa de serem necessárias ao desenvolvimento urbano, ou ao falso salvamento de atividades econômicas são aprovadas aos borbotões, sem a apresentação de estudos técnicos, previsão de absorção pelo mercado e audiências públicas de fato e representativas, não apenas reuniões pro forma. Croqui sobre foto aérea mostra como será o novo prédio da Fiocruz, a ser erguido junto à Quinta da Boa Vista, perto da Favela da Mangueira. O complexo terá 359 leitos, 224 consultórios e 74 módulos laboratoriais – Divulgação Fiocruz / Divulgação/FiocruzImagem publicada no jornal O Globo em 06/06/2014(Leia mais)