Sempre o gabarito: velhas novidades

Uma disputa silenciosa — mas feroz — tomou conta dos bastidores da política de urbanismo carioca. Em meio à aprovação da nova Lei dos Puxadinhos, uma única emenda conseguiu desagradar o prefeito Eduardo Paes a ponto de ser vetada: a autorização para construir um espigão de 30 andares em terreno originalmente reservado para escola ou creche, na Barra da Tijuca. Proposta pelo veterano vereador Jorge Felippe, o “jabuti” causou confusão até entre aliados e reacendeu o debate sobre os limites da negociação política no Legislativo municipal. O veto, anunciado por Paes em um grupo de mensagens com vereadores, revela um jogo de forças onde até a minoria tem poder para mandar — e onde a pressão por aprovações compromete, mais uma vez, o planejamento urbano da cidade. A desfaçatez do prefeito e dos vereadores é ilimitada. Mais-Valia, Mais-Valerá, Jardim de(Leia mais)

O ZeitGeist, a Arquitetura brasileira e a Ordem do Mérito Cultural, de Sérgio F. Magalhães

Após anos de deterioração e mais de seis de obras, a restauração do Palácio Capanema, antigo Ministério de Educação e Saúde e, posteriormente, Ministério da Educação e Cultura, foi concluída em parte e inaugurado em cerimônia que agraciou com honrarias vários representantes pela difusão da cultura brasileira. A análise atenta do arquiteto Sérgio Ferraz Magalhães, ex-Secretário Municipal de Habitação e ex-Presidente do IAB-RJ, é oportuna: resgata os nomes dos responsáveis pelo projeto inovador, autores do belo espaço onde outros foram lembrados. Talvez fosse o caso de se criar a Ordem ao Mérito especial e específica para os que ergueram o espaço que nesta semana abrigou políticos, músicos, atores de teatro, cinema e televisão. Justa homenagem a arquitetos, então jovens pioneiros, que levaram o nome do Brasil mundo afora através desta e de outras realizações de reconhecida importância.  Urbe CaRioca O(Leia mais)

Abaixo-assinado: Revitalizar sem descaracterizar o Jardim de Alah

O Jardim de Alah, na Zona Sul carioca, não precisa deixar de ser um jardim, para ser bem cuidado. Não precisa de concreto, restaurantes e lojas. O local é patrimônio da cidade! Uma liminar suspendeu qualquer intervenção no local até que o projeto seja autorizado em todas as instâncias. Pelo que foi mostrado até aqui, há várias não conformidades com a legislação sobre o tema. Siga @jardimdealahoficial Assine pela preservação do Jardim de Alah Urbe CaRioca O problema Abaixo assinado para revitalizar sem descaracterizar o Jardim de Alah e contra o modelo de concessão, proposto pela Prefeitura, que não protege o patrimônio público ambiental e cultural e que não se preocupa com o impacto negativo na vizinhança. O modelo de concessão atual, de 35 anos, permite lotear o Jardim de Alah para lojas, quiosques, restaurantes e eventos. Permite edificações permanentes, sem definir altura máxima(Leia mais)

Quando eu era criança, 2019 – O Beco da Tamandaré *

CrôniCaRioca *Artigo publicado neste blog em 12 de outubro de 2019. Quase seis anos depois, as leis urbanísticas continuam em franca modificação, sempre com o objetivo de aumentar o potencial construtivo dos terrenos no município do Rio de Janeiro.   Beco (Dicionário Houaiss) – subst. masculino – 1 rua estreita e curta, por vezes sem saída; ruela – 2 Regionalismo: Ceará. m.q. esquina Chamávamos o lugar de Beco. Ruas nem tão estreitas nem tão curtas aos olhos de uma menina pequena, saídas havia. Quatro entradas, portanto, quatro saídas. Beco, ainda que diferente. Nos anos 1950 e 1970, Zona Sul da Cidade Maravilhosa, a relação dos moradores com as ruas, por certo menos intensa do que na Zona Norte, ainda era rica. O espaço formado pelas vias internas do conjunto de três edifícios, que ainda existe no bairro do Flamengo, era meu e de(Leia mais)

Além da Urbe CaRioca: ponte em Petrópolis, condenada

A iminente renovação do contrato de concessão da BR-040 entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora reacende uma preocupação estrutural crítica em Petrópolis: a segurança da Ponte do Arranha-Céu, localizada em Itaipava. Apesar de condenada por laudo técnico e recomendada para demolição, a ponte permanece em uso diário, expondo a população a um risco potencial de colapso. O caso evidencia um descompasso preocupante entre o reconhecimento técnico do perigo e a morosidade das ações institucionais, refletindo falhas de articulação entre o poder público e as concessionárias envolvidas. Neste contexto, a mobilização da associação Unidos por Itaipava (UNITA) ganha relevo, ao exigir a antecipação das obras de substituição da ponte — previstas apenas para 2028 — como uma medida emergencial de segurança viária e responsabilidade pública. Urbe CaRioca UNITA cobra antecipação da nova ponte do Arranha-Céu e alerta para(Leia mais)

Contratação temporária para Guarda Municipal do Rio desafia Constituição e pode criar milícia paralela, de Antônio Sá

A segurança pública é um dos pilares do Estado Democrático de Direito e, por isso mesmo, deve ser tratada com seriedade, responsabilidade e absoluto respeito às normas constitucionais. No entanto, o Projeto de Lei Complementar nº 13/2025, apresentado pelo Executivo do Município do Rio de Janeiro, propõe a criação de uma Força de Segurança Armada (FSA) no âmbito da Guarda Municipal, com previsão de contratação temporária de agentes armados por até seis anos, em flagrante afronta à Constituição Federal e à jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta vai além de uma simples reorganização administrativa: representa uma ameaça concreta à legalidade, à eficiência e à estabilidade institucional da segurança pública municipal. Neste artigo, Antônio Sá, Ex-Subsecretário de Assuntos Legislativos e Parlamentares do Município do Rio de Janeiro, analisa os dispositivos centrais do projeto e seus riscos jurídicos e(Leia mais)

Jardim de Alah: Justiça autoriza obra em meio à polêmica sobre concessão

A recente autorização judicial para o início das obras de revitalização do Jardim de Alah, na Zona Sul do Rio de Janeiro, reacende um debate fundamental sobre o equilíbrio entre requalificação urbana, interesses comerciais e a garantia de direitos coletivos. A decisão de ignorar o pedido de paralisação do Ministério Público levanta questionamentos sobre a transparência do processo, a participação efetiva da população local e o risco de mercantilização de um espaço público emblemático. A concessão à iniciativa privada, que permitirá a exploração econômica do parque por 35 anos, exige uma análise crítica dos impactos sociais e urbanísticos que podem advir da transformação de um bem coletivo em produto de consumo. Urbe CaRioca Justiça autoriza início das obras de revitalização do Jardim de Alah Parque entre Leblon e Ipanema tem 95 mil metros quadrados. O investimento total será de R$(Leia mais)

Mais valia – a desfaçatez pela enésima vez

Irá à sanção do prefeito, mais uma vez, a fatídica Mais Valia acompanhada de sua prima-irmã, Mais Valerá. Agora, a lei que contraria as leis vem acrescentada de novas barbaridades urbano-cariocas. Aguardemos o desfecho. Urbe CaRioca Câmara do Rio aprova projeto que prorroga ‘Lei dos Puxadinhos’ Votação desta terça-feira (13) garantiu a ampliação do prazo para aqueles que pretendem se adequar à lei que regulariza obras ilegais mediante pagamento de taxas. Projeto segue para sanção do prefeito. Por Raoni Alves, André Coelho Costa, g1 – Link original Os vereadores do Rio de Janeiro aprovaram em segunda discussão, por 36 a 9, um projeto de lei que pretende mudar regras urbanísticas da Cidade. Na prática, a Câmara do Rio autorizou a ampliação da chamada ‘Lei dos Puxadinhos’, que regulariza obras ilegais mediante pagamento de taxas ao município. A proposta apresentada pela(Leia mais)

Geógrafo Hugo Costa cria mapa interativo da violência no Rio

“Qual é a chance de ser assaltado no seu bairro?” Essa pergunta, que muitos cariocas se fazem diariamente. Cansado de ver sua região marcada por estatísticas alarmantes e pela falta de atenção do poder público, o geógrafo Hugo Costa transformou indignação em ação: criou um mapa interativo que revela as áreas com maior risco de roubo no Rio de Janeiro. E os dados são tão impactantes quanto a realidade nas ruas. Urbe CaRioca Geógrafo cria mapa com as chances de uma pessoa ser roubada no Rio de Janeiro O mapa interativo foi criado pelo geógrafo carioca Hugo Costa, morador da zona da Leopoldina que criou a ferramenta cansado de ver os crimes na região. Por Leandro Resende – CBN A chance de uma pessoa ser assaltada em Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro, é seis vezes maior que(Leia mais)

Transparência sob pressão: Justiça cobra documentos da Prefeitura do Rio sobre decks irregulares na orla

A instalação de estruturas irregulares nas praias da Barra da Tijuca e do Recreio dos Bandeirantes voltou ao centro de uma disputa judicial. Desta vez, a Prefeitura do Rio de Janeiro foi intimada pela Justiça Federal a apresentar documentos que vêm sendo ignorados desde 2024, dificultando a atuação do Ministério Público Federal (MPF) na apuração de possíveis danos ambientais. O foco da controvérsia são os decks anexos a quiosques, que podem estar avançando ilegalmente sobre a faixa de areia e afetando a vegetação nativa. O texto abaixo foi publicado no portal do Ministério Público Federal Urbe CaRioca Prefeitura do Rio deverá apresentar ao MPF processos sobre instalação de decks na orla Ausência das informações impossibilita a análise necessária para a propositura de eventual ação voltada à reparação de danos ambientais Após ação de exibição de documentos ajuizada pelo Ministério Público(Leia mais)

Moradores lutam pelo tombamento de raridade colonial no coração do Leblon

Em meio à sofisticação e ao constante crescimento imobiliário do Leblon, uma joia rara da arquitetura resiste ao tempo e às pressões do mercado. O edifício número 6 da Praça Almirante Belfort Vieira, com seu charme colonial e história que atravessa décadas, tornou-se símbolo da luta pela preservação do patrimônio cultural da cidade. Agora, seus moradores buscam o tombamento definitivo da construção, já que, construído nos anos 1940, o imóvel é tombado de forma provisória. A esperança é garantir que essa preciosidade do estilo neocolonial brasileiro continue a embelezar e contar a história de um dos bairros mais valorizados do Rio de Janeiro. Vale destacar que o tombamento provisório tem a mesma força do tombamento definitivo. A questão diz respeito apenas às formalidades ainda não cumpridas e não à capacidade de proteção diminuída. O único perigo que ronda a bela(Leia mais)