Conselho de Arquitetura dispara contra ‘contradição’ do projeto mais-valia e mais-valerá

Por Lucas Luciano – Tempo Real Link original Durante a audiência pública realizada nesta quarta-feira (30), na Câmara Municipal do Rio, o presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau/RJ), Sydnei Menezes, criticou duramente o Projeto de Lei Complementar nº 02/2025, conhecido como o novo mais-valia e mais-valerá. Para ele, o projeto representa uma “contradição”, por permitir a “legalização do ilegalizável”. “Evidentemente, em tese, aquilo que se chama de mais-valia e mais-valerá é, do ponto de vista urbanístico, uma contradição. São instrumentos que permitem a legalização do ilegalizável. Eles sofrem, inclusive, um certo processo de ‘esquizofrenia’ interna, porque criam uma legislação que diz que algo pode, sobrepondo-se a uma legislação permanente que diz que não pode”, afirmou Sydnei Menezes. O novo projeto prevê a possibilidade de regularização de construções fora dos parâmetros urbanísticos da cidade até 2029, mediante o pagamento(Leia mais)

Ai de Ti, Copacabana

Por Claudia Madureira, arquiteta e urbanista, aposentada da PCRJ   Copacabana parece ter saído de uma zona de guerra, onde dormem e erram famintos zumbis que reviram montes de lixo, sempre esparramado pelas calçadas. Estas parecem ter sofrido bombardeios, de tantos buracos e remendos. Entre tudo e todos, camelôs. Neste cenário pós- apocalíptico, lojas se transformam em tendas pobres, ou são fechadas. Agências Bancárias abandonam suas instalações com a expansão dos serviços digitais e se oferecem como novos pontos comerciais, inutilmente. Farmácias surgem a cada dia, quatro, cinco por quarteirões, e se mantêm vazias, sugerindo estranhas atividades. Junto ao mar, na calçada, quiosques se fecham com muros de plantas sobre vasos altos e privatizam a visão da praia, em meio a sons tão altos que escondem os ruídos do mar. Entre os quiosques das calçadas, nas areias, barracas informais de(Leia mais)

Centros Históricos: O Brasil precisa parar de tratar tesouros urbanos como peso morto, de Antônio Sá

Neste artigo, publicado originalmente no Diário do Rio, Antônio Sá, ex-subsecretário de Assuntos Legislativos e Parlamentares do Município do Rio de Janeiro, destaca os principais comentários, propostas e conclusões da publicação “Reocupação de centros urbanos degradados”, lançada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC em outubro de 2024. Urbe CaRioca Centros Históricos: O Brasil Precisa Parar de Tratar Tesouros Urbanos como Peso Morto Relatório da CBIC mostra como o Brasil negligencia a reocupação de centros urbanos, apesar de infraestrutura pronta, localização privilegiada e potencial de sustentabilidade. Por Antônio Sá – Diário do Rio Link original Ao ler o instigante artigo do arquiteto e urbanista Vicente Loureiro, intitulado “O futuro das cidades está no centro”, publicado no dia 25 de abril nas edições do Nova Iguaçu Online, Correio da Manhã e Correio da Lavoura, deparei-me com a referência a(Leia mais)

Imóveis abandonados no Centro do Rio: a irresponsabilidade atinge a todos

A Polícia Civil identificou o proprietário do casarão que desabou no mês passado, na rua Senador Pompeu, no Centro do Rio, e pretende intimá-lo para prestar depoimento na próxima semana. Os investigadores aguardavam dados repassados pela Prefeitura sobre a propriedade, que foram encaminhados pouco antes do feriado prolongado. A tragédia causou a morte de um homem que estava dentro do próprio carro, estacionado ao lado do prédio. O imóvel, que apresentava sinais de degradação há mais de uma década, constava em laudos da Prefeitura como estando em “péssimo estado de conservação”. Após o desabamento, a Secretaria Municipal de Conservação demoliu os dois andares superiores do casarão, que ainda ofereciam risco. Vale destacar que nesta quinta-feira, ocorreu uma audiência pública, realizada pela Comissão de Assuntos Urbanos da Câmara do Rio,  na qual foi apresentado uma síntese do relatório de vistorias realizadas entre(Leia mais)

Patrimônio Histórico abandonado não é novidade

O título deste post é idêntico ao do livro de Gabriel García Marquéz publicado em 1981: Crônica de uma Morte Anunciada. Ao longo de décadas não faltaram avisos, enquanto faltam providências. Não obstante ser assunto complexo que envolve direito de propriedade e dificuldade de ação por parte dos órgãos públicos devido à demanda por recursos, podemos questionar pelo menos dois aspectos. O primeiro é o descaso para com o patrimônio cultural e histórico diante de tantas escolhas equivocadas, verbas públicas desperdiçadas (refazer um sistema de BRT recentemente construído e em vias de ser novamente modificado; construir a falsa Linha 4 do Metrô, mais cara e que atende parcela menos da população, etc.). O segundo é indagar quantos desses imóveis são Próprios Municipais, Estaduais e Federais abandonados e , se não houver entre os 160, que se apresente a lista das(Leia mais)

Sempre o Gabarito: de novo no Sambódromo

O Prefeito do Rio pretende executar mais um projeto urbanístico que envolve a demolição de um elevado – o que fica ao lado do Sambódromo, transformado em uma via expressa ao nível do solo – e mudar as regras para ocupação do solo ao longo dessa, como exposto no vídeo o publicado pelo Rioetc. Voltamos ao “Sempre o Gabarito”. O que pensa a respeito o leitor deste Urbe CaRioca?

Sempre o gabarito. Agora travestido de Metrô

Prefeito do Rio quer negociar com o estado a liberação de potencial construtivo para financiar a Linha 6. Em troca, pede integração do Jaé com Riocard e gestão dos trens urbanos na capital. Mas vale questionar: Não fez o BRT ? Qual o trajetória? É de superfície? No mesmo lugar do BRT? Urbe CaRioca   Paes propõe apoio para linha seis do metrô ,expansão da Linha 4 até o Recreio e quer assumir trens da SuperVia no Rio Por O Globo — Link original O prefeito Eduardo Paes afirmou, em suas redes sociais, que encaminhou ao secretário estadual de Transportes, Washington Reis, a posição favorável à expansão do metrô do Rio, com a criação da linha seis que ligaria Barra, Jacarepaguá e a Zona Norte; e a expansão da Linha 4 até o Recreio. “Para tal, a prefeitura do Rio(Leia mais)

Mata (?) Maravilha, mais um lançamento…, de Roberto Anderson

Neste artigo, publicado originalmente no Diário do Rio, o arquiteto Roberto Anderson comenta sobre o projeto “Mata Maravilha” que envolveria o conjunto de imóveis do Moinho Fluminense e vários outros ao redor, incluindo até mesmo o edifício do 13° Batalhão da Polícia Militar, que é tombado, e galpões do Porto do Rio, ou seja, da alçada de outras instâncias de poder. “Para tornar tudo mais palatável, as torres são apresentadas como verdes, ou seja, com fachadas tomadas por vegetação e arborização. Haveria o plantio de 50 mil árvores de grande porte, o que representaria uma árvore a cada 5 m2, um evidente exagero. Na verdade, uma impossibilidade. (…) O tempo dirá se o Mata Maravilha verdejará ou se logo será substituído por uma nova imagem bombástica”, destaca. Urbe CaRioca Mata (?) Maravilha, mais um lançamento… Roberto Anderson – Diário do(Leia mais)

Mais uma igreja a caminho da ruína

Patrimônio histórico abandonado é rotina. Seja pelos  governos federal, estadual e municipal, seja pelos proprietários particulares. Os primeiros dão mau exemplo. Os demais agem do mesmo modo. Ou melhor, não agem. Fica a História ao Deus dará. Urbe CaRioca Iphan: “ações emergenciais” para salvar igreja histórica administrada por família investigada pelo MP De 1721, a Irmandade de Nossa Senhora da Conceição e Boa Morte é administrada há 25 anos pela mesma família e sua igreja está fechada há quase 10 anos, apesar de ter renda de aluguéis milionária. Denúncia mostra situação calamitosa Por Patricia Lima – Diário do Rio Link original O Vicariato da Arquidiocese do Rio de Janeiro responsável pela fiscalização das irmandades, confrarias, ordens terceiras e outras associações de leigos, denunciou junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o péssimo estado de conservação da Igreja(Leia mais)

O complexo de vira-lata ataca a Zona Portuária

Enquanto o Centro do Rio – que se pretende Reviver – caminha a passos de cágado à custa do bolso dos cariocas (isenções de impostos) e da liberação de gabaritos na Zona Sul (andares e áreas de construção a mais, lei perniciosa que contraria as leis), a novidade é o projeto batizado de Mata Maravilha, o que só a psicologia explica. Em primeiro lugar não há mais quase o que matar no Rio de Janeiro em termos de leis urbanísticas. Que o digam a eterna mais-valia, o projeto que destruirá o Jardim de Alah ao invés de recuperá-lo, o patrimônio histórico largado, sem piedade, ao destino final: a morte em escombros e pó. Restam as pessoas, à mercê de balas perdidas, motoristas, motociclistas e ciclistas irresponsáveis. É impossível ver o desenho de duas torres de 70 andares coloridas de verde(Leia mais)

Buraco do Lume ou dos cariocas?, de Roberto Anderson

Reproduzimos mais uma opinião sobre a proposta de erquguer uma torre no torre no terreno conhecido como “Buraco do Lume”, objeto já de várias postagens neste blog. Agora, o arquiteto Roberto Anderson apresenta a sua visão e um histórico sobre a origem do imóvel e os seus diversos proprietários, o que aponta para um único destino adequado: ser um espaço vazio, arborizado, transitável no Centro do Rio e disponível para todos os cariocas. O autor acredita que ‘com a absurda lei do gabarito livre, de iniciativa do Prefeito Eduardo Paes, e que visa emular naquela área os arranha-céus de Manhattan, o céu é o limite para qualquer edificação que porventura substitua as árvores lá existentes’ Urbe CaRioca Buraco do Lume ou dos cariocas? Por Roberto Anderson – Diário do Rio Link original Nos últimos meses, uma série de artigos têm(Leia mais)