Hoje o Rio está carente de tudo, menos de um Autódromo

Mais uma vez, a incoerência dos gestores públicos bate à porta. Para os Jogos Pan-americanos de 2007, o Autódromo Nelson Piquet, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, passou por intervenções para dar lugar ao Complexo Esportivo Cidade dos Esportes, e teve sua pista reduzida. No ano seguinte, foi anunciada oficialmente a sua demolição sob a justificativa de abrigar instalações para os Jogos Olímpicos de 2016, o chamado Parque Olímpico. Mesmo tendo outras áreas públicas sem uso na cidade. Em 2012, o autódromo foi demolido por completo e fechado após 35 anos de existência. Na época, a Prefeitura operava na região sob a chamada “parceria público-privada”, na qual para pagar a construção das instalações daria 75% de toda a área pública do Autódromo às empresas privadas responsáveis pelas obras. Mais de 1 milhão de m2 dados em pagamento ao consórcio(Leia mais)

Dia Mundial do Meio Ambiente 2018 – O monumento e o Autódromo indesejáveis

Hoje a Urbe CaRioca poderia ter sido presenteada com alguma ação em prol da proteção do seu Meio Ambiente para comemorar o dia a esse dedicado. Ao contrário, nas últimas horas a cidade foi contemplada com duas notícias inesperadas e indesejadas por muitos. O Prefeito do Rio fará um show destinado a angariar fundos para a construção do Museu do Holocausto – medida louvável não fosse ele o Chefe do Executivo a exercer atividade estranha ao cargo, e o local inadequado escolhido para erguer a construção com altura de 5,00 metros, acrescida de um obelisco que atingirá 22,00 metros: o Morro do Pasmado, onde fica o Mirante do Pasmado, de onde se mira a estupenda paisagem da Baía de Guanabara e do Pão de Açúcar. Na visada oposta, o Morro do Pasmado é também moldura para Enseada de Botafogo, para(Leia mais)

Uso e Ocupação do Solo CaRioca – PLC 57/2018, comentários iniciais

  No dia 21/03 passado divulgamos neste site o texto integral do Projeto de Lei Complementar n. 57/2028 no post Uso e Ocupação do Solo Carioca – A proposta da Prefeitura. Da Justificativa apresentada pela Prefeitura no encaminhamento à Câmara de Vereadores destacamos “A cidade contemporânea deve ser múltipla, deve poder renovar suas dinâmicas sempre que necessário, deve fomentar a mistura dos usos e dos habitantes, de modo a criar vida em seus ambientes. Vida é segurança. Espaços ermos são inseguros por definição. A mistura de usos pode permitir que ruas residenciais tenham algum movimento em todas as horas do dia, sem gerar desconforto para seus moradores” e as afirmações que a “proposta proposta permite simplificar o licenciamento das atividades, permitindo a legalização de vários estabelecimentos que hoje funcionam clandestinamente ou que têm suas capacidades reduzidas devido às exigências da(Leia mais)

Sempre o Gabarito – 2017, ou, Sempre os CEPACs

A criatividade dos prefeitos do Rio – atual e antecessor – para arrecadar impostos foi e está limitada a visão única: aumentar os gabaritos de altura e potencial construtivo dos terrenos em relação ao que preveem as leis urbanísticas vigentes, e “vender” a área virtual acrescentada através de Certificados de Potencial Adicional de Construção – CEPAC, espécie de ‘papagaio’ a ser resgatado quando do desejo de erguer os novos edifícios, e não, por exemplo, com prazo determinado para que se dê início à propalada revitalização sempre anunciada como redentor da cidade. Assim foi feito na Zona Portuária e na região do chamado Projeto de Estruturação Urbana – PEU conhecido por PEU Vargens, em nome dos Jogos Olímpicos, ou melhor, “pra Olimpíada”. No primeiro caso, os CEPAC ‘encalharam’ e foram comprados pela Caixa Econômica Federal, que ainda dispõe de muitos bônus(Leia mais)

Urbanismo no Rio de Janeiro – Do artigo vazio aos vazios urbanos

Cidades e Urbanismo são temas apaixonantes. Se a Cidade do Rio de Janeiro esteve constantemente na mídia devido a situações de violência cada vez mais espraiadas e violentas, não faltaram artigos e análises sobre o abandono visto e sentido por todos os cariocas (o jornalista Arthur Xexéo tem encerrado suas últimas crônicas sistematicamente com alusão ao fato), outros apontam caminhos para reverter o caos, ao menos do ponto de vista urbanístico. Do artigo vazio – para dizer o mínimo – publicado pelo Prefeito Marcelo Crivella (que desistiu de uma proposta equivocada para a favela Rio das Pedras), até o editorial de hoje no jornal O Globo que condena a ideia – novamente – de adensamento da Região das Vargens, Zona Oeste (Sempre o Gabarito!), passamos por propostas de Sérgio Magalhães e de Washington Fajardo. É unanimidade a avaliação contrária quanto(Leia mais)

RESSACA URBANA, de Francesco Perrota-Bosch

O artigo reproduzido a seguir, publicado na Revista Piauí no último dia 20/10, resume a situação do Rio de Janeiro nos dias atuais: entrelaça aspectos urbanísticos com a falta de segurança que cresce a cada dia em toda a cidade, e faz a antes alegre e acolhedora população, amedrontada, esconder-se mais ainda atrás de grades e câmeras de vigilância, e providenciar policiamento privado, o que, é evidente, não ocorre nas regiões dominadas pela bandidagem, onde os moradores são também reféns. Decisões equivocadas, prioridades questionáveis, abandono dos espaços públicos, e lugares onde falta a presença do Estado não são prerrogativas apenas da gestão em curso. Porém, tudo sobressai após a euforia trazida pelos grandes eventos – Copa do Mundo, Jornada Mundial da Juventude e Jogos Olímpicos, realizados a contento, cabe lembrar – quando, durante breve espaço de tempo, foi possível caminhar(Leia mais)

METRÔ PARA O RECREIO? CEPACS? PREFEITO NOVO, IDEIAS VELHAS, PROPOSTAS QUESTIONÁVEIS

Metrô, Linha 2. Diagrama: Página Metrô que o Rio Precisa   Ontem reunimos as sugestões e pedidos, deste blog urbano-carioca, feitos ao prefeito do Rio de Janeiro, desde a sua eleição no final do ano passado, no post OS 10 PRIMEIROS PEDIDOS AO NOVO PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO – RESUMO. A notícia, revelada também ontem pelo Blog do Moreno, sobre a intenção da administração atual do município de unir-se ao governo estadual para construir extensão do Metrô da Barra da Tijuca ao Recreio dos Bandeirantes, é surpreendente. Ou, melhor, espantosa! Trecho:

OS 10 PRIMEIROS PEDIDOS AO NOVO PREFEITO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO – RESUMO

Entre Dezembro/2016 e Fevereiro/2017 publicamos dez posts com pedidos e sugestões ao prefeito do Rio, então eleito e Chefe do Executivo desde o início de janeiro. Abaixo, o conjunto de links com trechos de cada artigo. Muito mais há que pedir e sugerir. Novas propostas e ideias são benvindas. Mensagens para:  urbecarioca@gmail.com. Urbe CaRioca Lagoa de Marapendi, Barra da Tijuca, Rio de JaneiroFoto: Urbe CaRioca, março 2014 PEDIDO 1 – RESPEITO ÀS ÁREAS PÚBLICAS E À PAISAGEM CARIOCA Neste post o Urbe CaRioca pede ao futuro prefeito que olhe a cidade com “olhos de ver” e repare (em ambos os sentidos) a invasão de áreas públicas, ora excessivamente e permanentemente privatizadas. São areias das praias, praças, canteiros centrais, e calçadas, ocupados por verdadeiros trambolhos, na maioria das vezes esteticamente inadequados, mal localizados, e com dimensões exageradas, que desqualificam e enfeiam(Leia mais)

O MÊS NO URBE CARIOCA – DEZEMBRO 2016

  O mês de DEZEMBRO/2016, no blog, teve início com os primeiros pedidos ao prefeito recém-eleito para governar a Cidade do Rio de Janeiro, série que continuaria em janeiro/2017, já com o novo alcaide empossado. O Campo de Golfe inaceitável voltou à pauta, com a esperança de que a nova administração resgate o Parque Municipal Ecológico Marapendi e obrigue o proprietário dos condomínios ‘Riserva’, na Barra da Tijuca, a construir o trecho da Avenida Prefeito Dulcídio Cardoso eliminado pela gestão anterior. O Passeio Público esteve lindo, mas, outra chuva torrencial fez com que o esgoto misturado às águas pluviais o inundasse de novo. As grades na Orla Conde causaram polêmica, bem como uma estranha Medida Provisória do governo federal que pretende uniformizar a regularização de imóveis construídos sem licença em todo o país, garantindo ainda o direito à ampliação vertical.(Leia mais)

O MÊS NO URBE CARIOCA – NOVEMBRO 2016

Sobre imagem do Google Maps, ainda sem o Campo de Golfe dito Olímpico   É raro um mês no Urbe CaRioca em que não se escreva sobre aumento de índices construtivos e liberação de gabaritos de altura, muitas vezes ações governamentais de interesse do mercado imobiliário, nem sempre as melhores decisões para as cidades.  No mês de NOVEMBRO o tema extrapolou as divisas do Município do Rio de Janeiro e foi a Salvador, Estado da Bahia: um aumento de gabarito fez cair Ministro do Governo Federal. Quantos gestores mais cairiam se as mudanças nas leis urbanísticas e liberações de financiamentos para a indústria da construção civil fossem pesquisados a fundo? Talvez, nenhum, não se pode generalizar. Talvez alguns. Mas que o assunto é palpitante, não há dúvidas. Em novembro/2016 os gabaritos estiveram em posts sobre o Cinema Leblon, o prédio(Leia mais)

PEDIDO AO PREFEITO: 7 – CEPACS? GABARITOS? SR. PREFEITO, SEJA DIFERENTE, NOVO, ORIGINAL!

Cena do filme de animação Up – Altas Aventuras, dos Estúdios Disney Pixar A notícia ‘urbano-carioca’ estampada sexta-feira na primeira página do jornal O Globo – Projeto tenta mudar áreas degradadas – levou à espantosa explicação na reportagem respectiva (pág. 11), não menos intrigantes do que o subtítulo e os personagens reunidos, conforme a fotografia que a ilustra: O Globo, 06/01/2017 Projeto une estado e prefeitura para recuperar áreas degradadas.  Estratégia é criar parques e vender títulos para incentivar construções Impressiona que no quinto dia de governo sejam apresentadas as mesmas soluções que garantem, com absoluta certeza, apenas benefícios para o mercado imobiliário, tal como foi feito, por exemplo, com o Projeto de Estruturação Urbana – PEU Vargens, e as leis para o Campo de Golfe e para a Zona Portuária, em nome das Olimpíadas. O resto são desejos, intenções(Leia mais)

PEDIDO AO PREFEITO: 6 – E O URBANISMO NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO?

Acari, Barros Filho, Bento Ribeiro, Bonsucesso, Brás de Pina, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Cidade Universitária, Coelho Neto, Colégio, Complexo do Alemão, Costa Barros, Engenheiro Leal, Galeão, Guadalupe, Higienópolis, Honório Gurgel, Irajá, Madureira, Maré, Marechal Hermes, Olaria, Osvaldo Cruz, Penha, Penha Circular, Praça Seca, Quintino Bocaiúva, Ramos, Rocha Miranda, Tanque, Turiaçú, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Kosmos e Vila Valqueire O novo Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro divulgou 79 (setenta e nove) decretos, suas primeiras medidas na qualidade de gestor da urbe carioca, várias delas com o objetivo de reduzir gastos públicos. As exonerações dos cargos comissionados pareciam solução prática: em vez de um Diário Oficial Municipal “gordo” com as exonerações e nomeações uma a uma, fez-se a liberação geral dos cargos, que, naturalmente, serão novamente preenchidos gradativamente. Esses, ou aqueles resultantes da nova estrutura, o(Leia mais)