Aos amigos leitores …

Em agradecimento aos nossos amigos leitores e colaboradores por quase oito anos de parceria, este blog retrata através da beleza e do colorido das nossas singulares paisagens a renovação da esperança e do compromisso com a Urbe CaRioca. Os registros de Patrícia Lima e de Lucilla Pessoa de Queiroz, gentilmente cedidos a este site, nos relembram o encanto das belezas naturais do Rio. Que essas belezas sejam sempre inspiração na defesa pela sua preservação, e pela continuidade do olhar singelo sobre a nossa cidade. No ano em que acontecerá o Congresso Mundial de Arquitetura no Rio de Janeiro, é importante recordar que tal paisagem deve ser bem tratada constantemente. Para tanto, entre outras medidas, que a arquitetura e o desenho urbano guardem respeito às linhas harmônicas desenhadas de forma única pela Natureza. A todos e ao nosso Rio, muito obrigado ! Urbe(Leia mais)

Mirante do Pasmado – obra do Prefeito na paisagem carioca

O prefeito do Rio ignorou os protestos e as ponderações de associações de moradores, arquitetos, urbanistas e defensores do patrimônio contrários à construção de um “monumento” no Morro do Pasmado, em uma área pública agora capitaneada pela iniciativa privada, e a efetivação de um crime ambiental patrocinado pelo próprio poder público, na enseada de Botafogo, na Zona Sul da Cidade. O prefeito do Rio também desconsiderou as questões técnicas e jurídicas que inviabilizavam a pretensão, conforme explicado em postagens anteriores. (Confira em “Morro do Pasmado: o tombamento ignorado ! , de Sonia Rabello). O resultado já aparece conforme demonstram as imagens abaixo, com registros da construção que segue em estado adiantado. É lamentável que interesses pessoais se sobreponham ao interesse público e ao interesse da Cidade e de seus moradores. Leia ainda: Museu do Holocausto será mesmo no Pasmado Rio: Por(Leia mais)

QUANDO EU ERA CRIANÇA, 2019 – O BECO DA TAMANDARÉ

CrôniCaRioca Beco (Dicionário Houaiss) – subst. masculino – 1 rua estreita e curta, por vezes sem saída; ruela – 2 Regionalismo: Ceará. m.q. esquina Chamávamos o lugar de Beco. Ruas nem tão estreitas nem tão curtas aos olhos de uma menina pequena, saídas havia. Quatro entradas, portanto, quatro saídas. Beco, ainda que diferente. Nos anos 1950 e 1970, Zona Sul da Cidade Maravilhosa, a relação dos moradores com as ruas, por certo menos intensa do que na Zona Norte, ainda era rica. O espaço formado pelas vias internas do conjunto de três edifícios, que ainda existe no bairro do Flamengo, era meu e de todos. Quanto aos prédios, um tinha frente para a Rua Almirante Tamandaré e outro para a Rua Machado de Assis. O terceiro era voltado à Praia do Flamengo. Neste morei ao nascer, em apartamento térreo bem pertinho da vida(Leia mais)

Vendo o Rio – Jardim de Alah: Atenção !

O Jardim de Alah é bem tombado municipal desde 2001. Qualquer intervenção depende da aprovação do Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural da Cidade do Rio de Janeiro. O que causa estranheza a este Urbe CaRioca – e nem deveria mais causar – é a repetição sem fim das mesmas justificativas apresentadas para venda ou cessão de determinados espaços públicos: a manutenção dos mesmos. Exemplo recente é a construção do futuro Museu do Holocausto no Morro do Pasmado. O que aguarda o Jardim de Alah? Abaixo, notícia publicada no jornal “O Globo” nesta semana. Urbe CaRioca Sem dinheiro, prefeitura vai entregar Jardim de Alah à iniciativa privada A ideia é ocupar a área com restaurantes e outros empreendimentos comerciais, mas moradores se opõem Gustavo Goulart – 07/08/2019 Matéria publicado originalmente no jornal “O Globo” RIO – A prefeitura divulgou o termo(Leia mais)

A história da fábrica Moinho Fluminense

Um dos ícones da Zona Portuária do Rio de Janeiro, o imóvel da fábrica do Moinho Fluminense foi vendido neste mês para um grupo paulista. São  53 mil m² de área construída em um terreno de 27 mil m². Inaugurado em 1887, o Moinho Fluminense foi a primeira fábrica de moagem de trigo do Brasil e sua história tem episódios relevantes, como o fato do seu alvará ter sido concedido pela Princesa Isabel, e no caso em que serviu de esconderijo para o então ministro da Fazenda Ruy Barbosa, em 1893, que precisou fugir de marinheiros durante a Revolta da Armada. O terreno ocupa quatro quadras entre a Rua Sacadura Cabral e Avenida Venezuela. Conhecida pela beleza arquitetônica de uma autêntica fábrica inglesa, foi tombada pela Prefeitura em 1987. Conheça mais sobre a história do Moinho Fluminense nesta matéria do Diário do Rio. Urbe(Leia mais)

Estação Ferroviária Leopoldina – Barão de Mauá, por Glória de Castro

Neste artigo, Glória de Castro, do grupo SOS Patrimônio, destaca a situação da Estação Ferroviária Leopoldina, no Centro do Rio, e lamenta o descaso com a memória de nossa cidade e o desinteresse das autoridades competentes. “Um patrimônio histórico relegado ao abandono. Laudo da PF diz que partes da Estação Leopoldina correm o risco de desmoronar, e que há avançado comprometimento estrutural do local”, afirma. Este espaço urbano-carioca indaga aos gestores públicos que providências pretende adotar para recuperar a importante edificação e integrá-la novamente à vida da cidade, requalificando as áreas vizinhas, inclusive em termos de segurança pública. Boa leitura. Urbe CaRioca ESTAÇÃO FERROVIÁRIA LEOPOLDINA – BARÃO DE MAUÁ Glória de Castro Nós, com a conivência dos (in)competentes e (in)eficazes administradores que temos tido, continuamos comendo moscas em relação ao mundo… A Estação Ferroviária Leopoldina – Barão de Mauá foi(Leia mais)

Rio: Por que a “Audiência Pública” para justificar construção no Mirante do Pasmado virou questão de Estado nacional ?, de Sonia Rabello

Neste artigo da professora e advogada Sonia Rabello, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, uma análise sobre mais um capítulo no imbróglio de “ilegalidades” que cercam a construção de edificação no topo do Mirante do Pasmado, na enseada de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. “Uma `audiência pública´ a posteriori das licenças irregulares concedidas pelo IPHAN e pela Prefeitura, e na qual a parte interessada declarou que ‘nada vai mudar’, pois as  `obras vão continuar´. Lei atropelada e o confronto com a comunidade local que será gravemente afetada”, destaca. Vale a leitura ! Urbe CaRioca Rio: Por que a “Audiência Pública” para justificar construção no Mirante do Pasmado virou questão de Estado nacional ? Sonia Rabello Mais um capítulo no imbróglio de ilegalidades que cercam a construção de edificação no topo do Mirante do Pasmado, na enseada de Botafogo,(Leia mais)

Cidades dependem de seus moradores, de Sérgio Magalhães

Neste artigo, publicado originalmente no jornal “O Globo” no último dia 08 de junho, o Arquiteto e Professor Sérgio Magalhães mostra que a Cidade do Rio de Janeiro pode reverter o momento atual, e recuperar o brilho e protagonismo através dos seus cidadãos. Coaduna-se com a visão deste blog, que sempre relembra a devida responsabilidade de cada um perante a urbe. Urbe CaRioca Cidades dependem de seus moradores “Os governos estão entregues a suas emergências. Assim, está em nós, nos cidadãos, o condão”. – Sérgio Magalhães Estudando as cidades medievais, o pensador italiano Aldo Rossi estimava que em duas gerações a população de uma cidade mudava substancialmente. O permanente era o ambiente construído, que garantia a estabilidade da ideia da cidade, o seu espírito. Talvez esta avaliação de Rossi já não baste. Nos últimos 50 anos, duas gerações, houve uma verdadeira(Leia mais)

Ah! Meu Rio… Mais uma tragédia, agora na Muzema

Antes que as águas que varreram o Rio de Janeiro na última segunda-feira secassem, mais uma tragédia acontece, agora em local repleto de construções irregulares, em especial edifícios de cinco, seis, sete ou mais andares, conhecido por Muzema, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade: dois prédios foram abaixo nas primeiras horas de hoje. Outra vez, mortes, dor, perdas materiais. Desta feita, tragédia anunciada. O que falta acontecer para que as construções irregulares cessem? Há quase três décadas, um deslizamento de terra levou muitas vidas na Favela Santa Marta. A tragédia no Morro do Bumba, em Niterói, é lembrança mais recente. São apenas dois exemplos entre muitos, no Rio, e Brasil afora. Mas… “Somos pobres”. “Não temos outra opção”. “Falta Política Habitacional”. “Não há transporte público, precisamos morar perto do trabalho”. “Juntei dinheiro a vida toda para construir a minha casa”. “Posso pagar(Leia mais)

Ah! Meu Rio, o que dizer?

Haveria muito a dizer. O noticiário mostra imagens assustadoras, desde o final da tarde de ontem, quando teve início o temporal fortíssimo que abalou a Cidade do Rio de Janeiro, trouxe morte, destruição, e muitas perdas materiais, estas o menor problema, diante do quadro geral. Quem estava em local seguro, permaneceu abrigado, não foi surpreendido por enxurradas e deslizamentos, e conseguiu chegar à casa, mesmo que de barco do Corpo de Bombeiros, caminhando através das águas enlameadas, ou pendurando-se em grades ao longo das calçadas, pode considerar-se pessoa de sorte. Haveria muito a dizer. Sobre erros no planejamento urbano – ocupações  irregulares e irresponsáveis em encostas e margens de rios e lagoas,  ocupações regulares e irresponsáveis decorrentes de leis urbanísticas  permissivas e incentivadoras da especulação imobiliária, ocupações irregulares e regulares no caminho das águas na urbe sabidamente sujeita a enchentes,(Leia mais)

Morro do Pasmado: o tombamento ignorado! , de Sonia Rabello

Dando continuidade à discussão sobre a questão do Morro do Pasmado, publicamos o artigo da professora e advogada Sonia Rabello, publicado originalmente no site “A Sociedade em Busca do seu Direito”, no qual se destaca que, em 1938, o IPHAN fez tombamentos públicos importantes, incluindo o dos “morros do Distrito Federal“. “Na época, a Cidade do Rio era o Distrito Federal. Logo, o Pasmado encontra-se tombado. Além disso, o Morro/Mirante tem outra proteção como patrimônio cultural; é entorno protegido, inserido na área de amortecimento da Paisagem Cultural Carioca !”, afirma. Boa leitura. Urbe CaRioca Morro do Pasmado: o tombamento ignorado! Sonia Rabello 1938: Com apenas um ano de existência, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional fez tombamentos públicos importantes, de ofício.  E um deles foi o dos “morros do Distrito Federal”. Na época, a Cidade do Rio era o Distrito Federal.(Leia mais)

Vende-se um morro – Pasmado anos 60, de André Decourt

Artigo sobre a História do Pasmado e a cobiça pelo morro, de André Decourt. Leitura imprescindível. Urbe CaRioca Vende-se um morro – Pasmado anos 60 por Andre Decourt – Publicado originalmente no blog foi um RIO que passou  O post de hoje é um resumo de recortes dos jornais Correio da Manhã, Diário de Notícias e Jornal do Brasil entre os anos de 1965 e 1971 acerca das várias tentativas, nem todas lícitas, de se vender o Morro do Pasmado para um grupo hoteleiro, mais especificamente o Hilton. Este estudo singelo me ajudou a proferir as breves palavras no sábado passado na manifestação contra a cessão ilegal do Mirante para uma nebulosa associação. No início dos anos 60 o Hilton tentou construir seu prédio na Chácara do Céu, possivelmente onde hoje está o Sheraton (aliás acredito o projeto ser o mesmo)(Leia mais)