Estação Ferroviária Leopoldina – Barão de Mauá, por Glória de Castro

Neste artigo, Glória de Castro, do grupo SOS Patrimônio, destaca a situação da Estação Ferroviária Leopoldina, no Centro do Rio, e lamenta o descaso com a memória de nossa cidade e o desinteresse das autoridades competentes. “Um patrimônio histórico relegado ao abandono. Laudo da PF diz que partes da Estação Leopoldina correm o risco de desmoronar, e que há avançado comprometimento estrutural do local”, afirma. Este espaço urbano-carioca indaga aos gestores públicos que providências pretende adotar para recuperar a importante edificação e integrá-la novamente à vida da cidade, requalificando as áreas vizinhas, inclusive em termos de segurança pública. Boa leitura. Urbe CaRioca ESTAÇÃO FERROVIÁRIA LEOPOLDINA – BARÃO DE MAUÁ Glória de Castro Nós, com a conivência dos (in)competentes e (in)eficazes administradores que temos tido, continuamos comendo moscas em relação ao mundo… A Estação Ferroviária Leopoldina – Barão de Mauá foi(Leia mais)

COMO REDUZIR A VIOLÊNCIA NO LEBLON, by Reclamilda

CrôniCaRioca Caros amigos, Oi, quem vos escreve é Reclamilda. Estava com saudades de bater um papo com vocês. Andei silenciosa, sei, quase escondida, pensativa… Aparecia de vez em quando só para trocar ideias com minhas melhores amigas, Elogilda e Ana Lisa, e tentar compreender esse estranho 2018 que passou. Nunca vi tanta gente brigar por causa de política e campanha eleitoral. Em uma família conhecida, no almoço de domingo a tiazinha se referiu ao “movimento de 1964” (Tofolli pode, eu posso) como Revolução – na sua época dizia-se assim. A sobrinha gritou: “Revolução, não! Golpe, Golpe!” E completou dizendo que a tia idosa era da KKK. A doce velhinha não entendeu nada, ainda bem. Meio surda, recém-chegada às redes sociais, emojis e abreviaturas, pensou que a sobrinha a achasse muito alegre e risonha. KKK! Adorou! Quanta bobagem! Elogilda, Analisa e eu pensamos de modos diferentes e(Leia mais)

Listagem dos principais bens históricos e mobiliário público furtados ou vandalizados no Rio de Janeiro, por Cláudio Prado de Mello

O arqueólogo e incansável defensor do patrimônio cultural, Cláudio Prado de Mello, fez um levantamento detalhado dos principais bens históricos e mobiliário público furtados ou vandalizados no Rio de Janeiro nos últimos anos. “Estamos tendo o verdadeiro desmonte dos monumentos urbanos de forma silenciosa , continua e sem fiscalização”, destaca, acrescentando que a falta de ações efetivas imediatas ratificarão ainda mais o inaceitável estado de abandono em relação ao patrimônio publico, “que é único, frágil, não renovável, de alta sensibilidade e uma vez destruído estará inexoravelmente perdido”. Urbe CaRioca LISTA DO SAQUE Listagem dos principais Bens Históricos e Mobiliário Público furtados ou vandalizados no Rio de Janeiro E seguem os roubos dos monumentos da Cidade Quase Maravilhosa … De acordo com a Prefeitura foram registrados sete furtos a monumentos do Rio pela Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente do(Leia mais)

Clube Flamengo – Afinal, quer ambos: Arena e Estádio

Notícias veiculadas pela grande mídia nos últimos anos mostram que o Clube  Flamengo quer construir um equipamento esportivo no terreno a ele cedido pelo Governo do Estado nos anos 1930. Os informes se alternam: ora o clube pretende erguer uma Arena de Basquete, ora um Estádio de Futebol. A capacidade também varia conforme a época da divulgação. Até o local escolhido já foi itinerante – Zona Sul, Zona Oeste e Zona Norte -agora aparentemente fixado no que é apelidado Campo da Gávea, embora o terreno fique na confluência dos bairros Leblon, Lagoa e Gávea (provável resquício de quando a cidade era dividida administrativamente em ‘Freguesias’, como as da Glória, Gávea e Lagoa, por exemplo). Há poucos dias divulgamos que o governador havia aberto o caminho para dar viabilidade aos desejos do clube – no caso, uma arena multiuso com capacidade(Leia mais)

O terreno no Flamengo – o empreendimento, as leis urbanísticas, e uma tese – parte 1

Conforme postagens anteriores neste Urbe CaRioca, no início do ano um terreno Próprio Estadual situado no Bairro do Flamengo foi vendido à iniciativa privada, no âmbito de um pacote oferecido – pelo governo – ao mercado imobiliário. Do mesmo modo que o terreno do Segundo Batalhão da PM, na esquina das ruas São Clemente e Real Grandeza, o imóvel citado – com frente para as ruas Machado de Assis, Dois de Dezembro, Arno Konder e Beco do Pinheiro, onde funcionaram a garagem de bondes da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico e a garagem de ônibus elétricos da extinta CTC – foi vendido com vistas à construção de um conjunto de edifícios. Os primeiros comentários a respeito estão em Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico (10/01/2018); O terreno no Flamengo: A mesmice piorada e um(Leia mais)

Associação de Moradores do Jardim Botânico contra a desordem no Parque Lage, de Vinícius Monte Custódio

Em 1957, o Parque Lage foi tombado pelo IPHAN e, em 1976, foi adquirido pela União mediante desapropriação. Pelo Dec. Federal s/n de 25/04/1991, a União autorizou a cessão de uso gratuito do bem ao Estado do Rio de Janeiro pelo prazo de dez anos, prazo prorrogado por sucessivos atos administrativos do Governo Federal, para ser utilizado como sede da Escola de Artes Visuais – EAV da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro. Apesar de os atos autorizativos explicitamente vincularem a utilização do imóvel pelo cessionário à finalidade de educação e expressão artísticas, ele vem sendo empregado em diversos eventos sociais alheios ao escopo institucional da EAV — tais como festas de aniversário, casamento e formatura, festivais de música, eventos corporativos etc. — como forma de arrecadar receitas para a manutenção do espaço. Todavia, conforme a Lei(Leia mais)

Artigo: NÃO HÁ LUGAR PARA JOGADAS, de Sérgio Magalhães

O arquiteto, que foi Secretário Municipal de Habitação na Cidade do Rio de Janeiro e Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, traça um panorama sobre o quadro de violência que vivemos no país, questiona o papel do Estado – sua ausência, presença excessiva, e delegações indevidas – e aponta como tais desequilíbrios se refletem no planejamento do território e das cidades. Em suas palavras, o “germe da violência urbana de hoje está no modo como a questão urbana foi tratada desde meados do século passado. O país errou muito”. O artigo reproduzido abaixo foi publicado no jornal O Globo no último sábado, dia 24/03/2018. Vale a reflexão. Boa leitura. Urbe CaRioca   Não há lugar para jogadas Sérgio Ferraz Magalhães  Importante germe da violência de hoje está no modo como a questão urbana foi tratada desde meados do século(Leia mais)

O terreno no Flamengo: A mesmice piorada e um abaixo-assinado

“Esses projetos não foram adiante, lamentando-se apenas não ter prosperado a ideia de criar uma praça. Agora, recorre-se à mesmice de liberar outro empreendimento imobiliário em bairro saturado, enquanto algumas áreas remanescentes das desapropriações do Metrô, mais adequadas à ocupação, permanecem sub-utilizadas, e a Zona Portuária implora por habitação.”  Trecho de Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico (Urbe CaRioca, 10/01/2018). Há dois meses lamentamos profundamente a venda, pelo governo do Estado do Rio de Janeiro (isto é, pelos mesmos gestores que levaram esse Estado federado à penúria em meio a escândalos de corrupção), de um enorme terreno situado no bairro do Flamengo, entre as ruas Dois de Dezembro, Machado de Assis e a Rua do Pinheiro. No post Vendo o Rio, 2018 – o terreno da antiga Cia. Ferro-Carril Jardim Botânico (Urbe CaRioca, 10/01/2018) apresentamos um breve histórico sobre(Leia mais)

Intervenção federal no Rio de Janeiro – análise de César Maia

VOLTA AMPLA DO POLICIAMENTO OSTENSIVO JUSTIFICARIA A INTERVENÇÃO NA SEGURANÇA DO RIO! Discurso do Vereador Cesar Maia na Câmara Municipal do Rio em 21/02/2018. 1. A decisão tomada pelo Governo Federal de intervenção na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro foi uma decisão inevitável. Inevitável pelos erros sequenciais que as administrações anteriores, desde 2007 até os dias de hoje, adotaram na segurança pública: quando o então Secretário José Mariano Beltrame, responsável por essa situação, entra e decide concentrar as forças de segurança nas UPPs e basicamente eliminar o policiamento ostensivo. 2. Não se viam mais policiais militares nas ruas, nas praças. Isso desde 2008, aproximadamente. O policiamento ostensivo é a coluna vertebral da segurança pública. É uma subfunção básica. Outras existem, mas sem policiamento ostensivo essas outras funcionam insuficientemente. 3. Eu conheci dois países, Cingapura e Cuba (Havana),(Leia mais)

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DO RIO DE JANEIRO EM SITUAÇÃO DE RISCO

O grupo S.O.S. Patrimônio, sempre atuante em defesa dos bens culturais construídos no Estado e no Município do Rio de Janeiro divulgou lista dos imóveis e mobiliário urbano que estão em situação de risco, que será entregue pelo Fórum Faz Cultura ao Ministro da Cultura no próximo mês de março. O trabalho, em fase final de elaboração, é fruto de das denúncias e enquetes realizadas pelo grupo desde 2014. Nas próximas semanas a lista será atualizada pelo S.O.S. Patrimônio definindo-se a ordem de prioridade para o restauro ou providência cabível ao bom funcionamento e preservação dos bens relacionados, e novamente divulgada por este site. Urbe CaRioca LISTA DOS BENS CULTURAIS SEPARADOS CONFORME A PROPRIEDADE – ESTADO, MUNICÍPIO, E IMÓVEIS PARTICULARES – E BREVES COMENTÁRIOS  ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1 – Convento do Carmo, na Praça XV, Rio de Janeiro,(Leia mais)

De volta à Urbe CaRioca – Um Quadro e o Carnaval

Andréa Albuquerque G. Redondo Depois de uma temporada fora do Rio de Janeiro devido a questões pessoais, volto à minha querida cidade natal. Gostaria de não escrever sobre a violência crescente, assunto constante em todos os noticiários, sabido e conhecido aqui e além-mar. Mesmo envolvida com compromissos familiares, pude acompanhar os acontecimentos graças à magia da internet. Melhor evitasse. Dizem que “o que os olhos não veem o coração não sente”, verdade que, infelizmente, não esconde a verdade que massacra o carioca sem dó, psicológica e literalmente: perda de vidas sem distinção de gênero, idade, profissão, classe social – adultos, crianças, nenéns… O que nos resta além de rezar? Só medo, tal é a impotência diante de quadro que fica mais tenebroso a cada dia, o Retrato de Dorian Gray do Século XXI. Se, de longe, os vários eventos por(Leia mais)

Antigo Museu do Índio – A degradação continua

O prédio do antigo Museu do Índio esteve na berlinda neste Urbe CaRioca em várias postagens desde 2012. Ameaçado de demolição pelo então governador do Estado do Rio de Janeiro, com a anuência do então prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, a decisão foi objeto de polêmica e inúmeras reações contrárias por parte de historiadores, preservacionistas, urbanistas, arquitetos, e da sociedade civil em geral, divulgadas nas redes sociais e pela grande imprensa. O bota-abaixo destinava-se a abrir espaço para projeto do então mega empreendedor Sr. Eike Batista, candidato à concessão do complexo esportivo do Maracanã, que pretendia erguer um shopping-center e um edifício-garagem ao lado do Estádio orgulho do Brasil e da Engenharia. Após as pressões, governador e prefeito recuaram da ideia. Infelizmente a deterioração do imóvel continua, como nos revela o vídeo de João António Vieira para o Grupo S.O.S.(Leia mais)